Alerta Geada do IAPAR para a cafeicultura está em operação

Avisos sobre a possibilidade de ocorrer geadas são divulgados com antecedência de 48 horas. Serviço, que opera de maio a setembro, ajuda produtores a proteger lavouras de café

Entrou em operação nesta terça-feira (5) o Alerta Geada, serviço que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) oferecem de maio a setembro para auxiliar os produtores a adotar técnicas para proteger os cafezais.

Durante o período de funcionamento do serviço – dirigido prioritariamente à proteção de lavouras com até dois anos de implantação –, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo, que pode ser acompanhado nas páginas www.iapar.br e www.simepar.br, pelo telefone (43) 3391-4500 (custo de uma ligação para aparelho fixo) ou pelo aplicativo IAPAR Clima, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play.



Além do boletim diário, se houver aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, é emitido, e amplamente divulgado, um pré-alerta com 48 horas de antecedência. Caso as condições para formação de geadas persistam, um novo aviso, de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da previsão de ocorrência do evento.

PREVISÃO – De acordo com a meteorologista Ângela Costa, espera-se para este ano um inverno com ingressos de massas de ar polar dentro da normalidade para o período na zona cafeeira paranaense.

Segundo ela, o que mais vem preocupando é a falta de chuvas. A falta de umidade no solo é uma condição que potencializa os danos de uma eventual geada. “Já se aproxima de dois anos o período que verificamos déficit hídrico na região cafeeira”, constata.

RECOMENDAÇÃO – Para lavouras com idade entre seis e 24 meses, a recomendação é amontoar terra no tronco das árvores, até o primeiro par de folhas, já neste mês de maio, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeicultores e técnicos do setor.



Essa terra que protege os troncos dos cafeeiros deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, e então retirada preferencialmente com as mãos.



Para plantios novos, com até seis meses de idade, recomenda-se simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.

Nos dois últimos casos, lavouras novas e viveiros, a proteção deve ser retirada rapidamente, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.



PATRIMÔNIO – De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a área ocupada com lavouras de café no Paraná é de 38,1 mil hectares.



Desse total, 1.990 já podem se beneficiar do Alerta Geada, pois são ocupados com lavouras de até 24 meses – aí incluídos 590 ha de implantação ainda mais recente, de até seis meses.

Franzini calcula que a implantação de um hectare de cafeeiros custa em torno de R$ 15 mil. Para a proteção, o enterrio e o desenterrio de plantas com até seis meses custa em torno de R$ 1,5 mil. Já nas lavouras maiores, o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” e posterior limpeza dos troncos é de aproximadamente R$ 1 mil.



A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 8 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. Em fase de colheita, este ano a produção do Paraná pode chegar a 970 mil sacas de café beneficiado.

REALIZAÇÃO – O Alerta Geada é uma realização do IDR-Paraná e do Simepar, com apoio da Seab, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.

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