Alemanha e Rússia na mira dos cafés especiais brasileiros

A BSCA embarca na próxima semana para a Alemanha e a Rússia, lotes com amostras de cafés especiais certificados pela entidade e também de cafés gourmets produzidos pelas fazendas associadas.

26 de outubro de 2005 | Sem comentários Cafés Especiais Produção

A BSCA – Brazil Specialty Coffee Association embarca na próxima semana para a Alemanha e a Rússia, lotes com amostras de cafés especiais certificados pela entidade e também de cafés gourmets produzidos pelas fazendas associadas. Este embarque para dois grandes importadores – Interamerican e Russian Coffee & Tea Co, respectivamente – é um exemplo dos resultados práticos das missões comerciais que a BSCA promove continuamente, com o apoio da APEX-Brasil – Agência de Promoção de Exportações e Investimentos, com a qual mantém convênios e planos de trabalho de incentivo e apoio ao aumento das exportações. São missões realizadas tanto no exterior, com a participação em road-shows e em eventos, quanto no Brasil, quando a BSCA recebe compradores a fim de que conheçam de perto os sistemas de produção e de certificação da entidade.



No caso das empresas russa e alemã, o interesse foi despertado durante o Tea & Coffee World Cup 2005, evento realizado em setembro em Hamburgo, Alemanha, quando a entidade promoveu seminários e sessões de degustação dos cafés especiais preparados de formas diversas (natural e cereja descascado). “A promoção comercial da qualidade dos nossos specialties coffees é um trabalho de formiguinha, no qual é imprescindível esse corpo a corpo”, compara José Francisco Pereira, presidente da BSCA.



Só este ano, a entidade já promoveu os cafés especiais brasileiros na Grécia (Atenas), no Japão (Tóquio e Osaka) e nos Estados Unidos (Flórida e Seatle). Na mão inversa, também recebeu a visita tanto de grupos, como uma delegação russa que visitou as fazendas no mês de julho, em plena colheita, quanto de compradores individuais. “A promoção é feita pela entidade, mas o contato comercial cabe a cada um dos associados”, explica o presidente.
As amostras que serão embarcadas na próxima semana, por exemplo, serão avaliadas pelos importadores, que selecionarão as que melhor se encaixam dentro dos padrões e características dos mercados que abastecem. Em seguida, enviarão para a BSCA a relação das escolhidas e as ofertas de preços. “A partir desse ponto, a entidade sai da frente das negociações, que passam a ser feitas pelos próprios produtores”.

Rússia e Alemanha: potencial



Tanto na Alemanha quanto na Rússia, o consumo de cafés especiais ainda é muito pequeno, apesar do primeiro ser o maior importador mundial de cafés commodities (tradicionais), tanto do tipo arábica quanto robusta, e o segundo um tradicional consumidor de café solúvel.
“Alemães e russos estão começando a se interessar por cafés de alta qualidade, por isso nosso interesse em prospectar esses mercados”, diz José Francisco Pereira “Apesar de ser um nicho ainda muito pequeno, o potencial é enorme, porque ambos os países já possuem, nas suas principais cidades, um grande número de cafeterias, que é exatamente a base estrutural que facilita o consumo de cafés especiais”.



O Brasil deve exportar esse ano 1 milhão de sacas de cafés especiais, dos quais os associados da BSCA respondem por cerca de 60%. São cafés selecionados, do tipo arábica e, à semelhança do vinho, são identificados por tipo, safra e região de origem. “O mercado interno ainda consome pouco, apenas 3% da produção, mas a melhoria da qualidade geral é nítida”, diz José Francisco. Em média, apenas 30% da produção de uma fazenda podem ser certificados como specialty coffee. Mas os cuidados e investimentos feitos na propriedade resultam na maior qualidade de todo o café produzido, que são os gourmets.



No mundo são consumidos cerca de 6 milhões de sacas de cafés especiais por ano. O Brasil detém algo em torno de 6% a 8% deste market share, mas tem potencial de 15% de crescimento, pois produzcafés especiais de altíssima qualidade, comparáveis aos melhores do mundo. O segmento specialty coffee é também um dos que mais crescem, numa média superior a 10% ao ano, enquanto o mercado de cafés tradicionais mantém um tímido crescimento anual de apenas 1%.

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