Uma vida dedicada ao fomento da qualidade de produção do café paulista e nacional.
Aldir Alves Teixeira, que será homenageado como engenheiro agrônomo de 2015, na Agrishow), em Ribeirão Preto
Essa é a história do engenheiro agrônomo, pesquisador científico aposentado pelo Instituto Biológico, e empresário Aldir Alves Teixeira, que será homenageado como engenheiro agrônomo de 2015, pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp), a qual outorgará o troféu “Deusa Ceres”, durante a 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em ação (Agrishow), no dia 27 de abril de 2016, em Ribeirão Preto.
Esse reconhecimento já vem ao longo dos anos. Isso porque, o Concurso Estadual de Qualidade do Café, promovido pela Câmara Setorial de Café do Estado de São Paulo, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Associação Comercial de Santos (ACS) e Sindicato da Indústria do Café (Sindicafé-SP), com apoio da Associação Paulista de Supermercados (Apas) e Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) recebe o nome do engenheiro agrônomo.
“Para mim é uma honra ser homenageado. Sempre trabalhei na área da qualidade do café. Fiz os cursos de Classificador e Degustador de Café, de Café Solúvel e de Espresso. Há mais de 50 anos me dedico a ensinar e treinar os produtores brasileiros de como produzir café de qualidade”, ponderou Teixeira.
O engenheiro agrônomo explicou que a partir da década de 1990, a qualidade do café do Brasil mudou e o produto passou a ser reconhecido como um produto de qualidade. Ele disse que um dos motivos que promoveu a melhoria da produção foi a comercialização direta com as empresas estrangeiras, que pagavam um preço mais justo pela qualidade. “A partir desse momento, começamos a fazer campanhas de qualidade do café para mudar a mentalidade dos produtores que não preparavam o café com qualidade”, disse.
O engenheiro agrônomo começou a orientar os cafeicultores a tomarem certos cuidados para preservar a qualidade do café. “E o cafeicultor quando aprende esses pequenos detalhes acaba seguindo, como não deixar o produto amontoado, a levar no mesmo dia da colheita para o terreiro, a lavar o café, entre outros detalhes que preservam sua qualidade”, disse.
Em 1991, com a vinda do empresário Ernesto Illy, proprietário da illy Caffè ao Brasil, Teixeira foi convidado para organizar e presidir o Concurso de Qualidade de Café, que em 2015, chegou a sua 25ª versão (leia mais).
Para o engenheiro agrônomo, o concurso foi criado para aprimorar o café brasileiro, “que tem características muito especiais que não são encontradas em outros países, como doçura, corpo e a presença do chocolate. Mais de 50% do blend da empresa italiana é composto pelo grão brasileiro e o prêmio buscou criar proximidade com os produtores”, explicou.
Teixeira formou-se em engenharia agrônoma, em 1959, pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), e obteve o título de Doutor em Agronomia, em 1972, também pela Esalq/USP.
Ingressou na Seção de Classificação e Degustação de Café, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, em 1960. De 1966 até 1983, prestou serviço junto ao antigo Instituto Brasileiro do Café, ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em 1983, Teixeira reassumiu o cargo no Instituto Biológico, e em 1992, se aposentou no cargo de Pesquisador Científico nível VI, quando criou a empresa ASSICAFÉ, exercendo a função de diretor até 2014. Atualmente é membro e coordenador de Qualidade da Câmara Setorial do Café, da Secretaria de Agricultura, e diretor geral da Experimental Agrícola do Brasil, desde 2011, cargo que ocupa até hoje.