Aiba divulga 2º Levantamento da Safra 2010/11 – Café irrigado no Oeste da Bahiase mantém inalterado

27 de janeiro de 2011 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Aiba divulga 2º Levantamento da Safra 2010/11


Área plantada com algodão no cerrado baiano será 48% maior em 2010/11


Com os melhores preços já registrados nos últimos 140 anos, o algodão ganhou mais espaço na matriz produtiva do cerrado baiano. De acordo com o 2º Levantamento da Safra 2010/11, concluído na última semana pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a área ocupada pela cultura na região Oeste do estado na safra em curso é 48% maior que em 2009/10, ficando em 362,7 mil hectares, contra 245 mil hectares no ciclo anterior. Em conseqüência, a produção também deve disparar, com 58% de incremento estimado, saindo de 371,7 mil toneladas de algodão em pluma em 2009/10, para 587,6 mil toneladas de pluma neste ciclo. A produtividade nas lavouras (que havia caído um pouco na safra passada em virtude de fatores climáticos, ficando em 253 arrobas de capulho por hectare) deve voltar aos patamares tradicionais de 270 arrobas por hectare.


Os dados do 2º Levantamento da Safra da Aiba confirmaram as boas expectativas dos dirigentes da entidade, que, ao final de 2010, previam que a alta simultânea nos preços das principais commodities da região – soja, milho e algodão – seria o motor de uma excelente safra, caso não haja adversidades climáticas. 


“A alta recente dos preços do algodão na bolsa de Nova Iorque levou muitos produtores a rever o balanceamento de suas matrizes produtivas, destinando mais espaço para a cultura. Há registros de que áreas que seriam destinadas a soja e milho passaram a abrigar plantações de algodão nesta safra”, diz o presidente da Aiba, Walter Horita.


Soja


Para a soja, o 2º Levantamento da Safra não apontou grandes novidades em relação ao ano passado. Tanto a área, quanto a produção do grão permanecerão quase inalteradas, devendo crescer apenas 1%. A área, que em 2009/10 era de 1,05 milhão de hectares, passa a ser de 1,06 milhão de hectares. Já a produção sai de 3,21 milhões de toneladas no ciclo passado, e deve alcançar 3,24 milhões de toneladas nesta safra.


Milho


A sensível melhora nos preços do milho no segundo semestre do ano passado não chegou a tempo para garantir mais área para o cereal, que teve uma redução de 10%, caindo de 170 mil hectares em 2009/10 para 153 mil hectares em 2010/11. A substituição do milho por outras culturas foi conseqüência dos preços baixos praticados na comercialização da última safra, agravados pela falta de mecanismos que sustentem negócios futuros. “A dinâmica do mercado do milho no Brasil ainda não é paralela à do mercado de algodão e soja, nas quais o país já tem presença relevante como exportador, com a cultura de trabalhar no mercado futuro, o que dá maior segurança na decisão de plantio pelo produtor”, explica o conselheiro técnico da Aiba e economista Raimundo Santos.


Café


O cenário do café irrigado no Oeste da Bahia nesta safra se mantém inalterado em relação à anterior. Área, produção e produtividade permanecerão as mesmas, respectivamente, 12,86 mil hectares, sendo colhidas 45 sacas por hectares, com produção de 578,7 mil sacas. Apesar disso, as perspectivas para a commodity na região e no país como um todo são boas. Segundo a Associação dos Produtores de Café da Bahia, Assocafé, nos últimos 10 anos, os preços que chegaram a bater abaixo de 50 dólares a saca não deixavam margem compensadora para os produtores por causa da valorização do real. Com os preços atuais de 280 dólares/saca, ainda que com o câmbio de R$1,60, o produtor deve voltar a investir na cultura. No Oeste há uma área em formação de 2,55 mil hectares. “Como os estoques estão baixos, certamente os preços do café permanecerão elevados pelos próximos dois anos”, afirma João Lopes Araujo, presidente da Assocafé.


Até o momento, o clima no Oeste da Bahia tem sido favorável à confirmação da boa safra. “Mantidas as condições climáticas verificadas entre novembro e janeiro, com chuvas regulares e bem distribuídas, intercaladas com períodos de sol, e associadas à alta tecnologia que se aplica na região, temos um forte indicativo de que os produtores do Oeste colherão uma excelente safra, com altas produtividades”, diz o assessor de Agronegócios da Aiba, Alcides Viana.


Também participaram do 2º Levantamento da Safra 2010/11, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Conab, IBGE, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Empresa Baiana de Desenvolvimento agrícola (EBDA), Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães e CREA de Barreiras.

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