A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) determinou a interdição de cinco agrotóxicos fabricados e vendidos pela empresa Milenia Agrociências S/A, comercializados com as marcas comerciais Herbimix SC, Pyrinex 480 EC, Posmil, Trop e Podos.
A empresa com sede em Londrina foi alvo de operação conjunta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal, que constataram adulteração nas fórmulas desses produtos. No Paraná, a “ação cautelar” foi determinada nesta segunda-feira (06) pelo engenheiro agrônomo Adriano Riesemberg, chefe da Divisão de Fiscalização de Insumos do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis).
Isso significa que enquanto o processo da Anvisa não for concluído os produtos “sob suspeita” ficam proibidos de ser comercializados pelo comércio. Segundo Riesemberg, essas adulterações alteram a toxicidade dos agrotóxicos, tornando-os mais perigosos e colocando em risco a saúde de produtores e consumidores.
Conforme a Anvisa, a alteração nas fórmulas dos agrotóxicos podem causar irritação irreversível da córnea e até cegueira. No ato da ação fiscalizatória, a Anvisa já determinou a suspensão da comercialização dos produtos que são três herbicidas (Herbimix, Trop e Posmil), um inseticida (Pyrinex 480 EC) e um regulador de crescimento (Podos). Após comunicação, a Seab determinou a busca e interdição cautelar dos produtos já distribuídos no comércio.
Os engenheiros agrônomos dos núcleos da Seab estão sendo orientados a interditar os estoques dos produtos que encontrarem no comércio.
“O recolhimento dos produtos e a devolução ao fabricante fica para ser decidida num segundo momento”, informou Riesemberg.
PROBIÇÃO – Outra ação da Seab, que revela a preocupação com a qualidade dos agrotóxicos colocados no comercio do Paraná, foi a proibição dos produtos Sipcatin 500 SC e Acartstin.
Esses produtos, indicados para culturas de citros, mas também aplicados nas culturas de berinjela, café, morango, pêssego e maçã, têm como principal ingrediente a cihexatina, substância ativa retirada do mercado brasileiro pela Anvisa. Segundo Riesemberg, os núcleos da Seab no interior já foram orientados a interditar os estoques de agrotóxicos que encontrarem e ainda multar empresas que fizerem novas aquisições desses produtos. A cihexatina é utilizada na fabricação de sete agrotóxicos, registrados principalmente para a citricultura.
Estudos em laboratório com ratos, coelhos e camundongos mostram que essa substância provoca graves riscos à saúde como malformações fetais, em especial a hidrocefalia.
As experiências provaram ainda risco de aborto, efeitos sobre o sistema reprodutivo, danos à pele, pulmões, visão, fígado e rins, entre outros.
Segundo a Anvisa, as doses em que apareceram esses efeitos nos animais sugerem que a cihexatina não é segura para os trabalhadores e produtores rurais, consumidores e população em geral.
Essa substância já foi banida nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Áustria, Belize, Kuwaite, Laos, Suécia e Tailândia.
Produtos com a cihexatina em suas fórmulas também tiveram o registro cancelado na Austrália, Filipinas, Líbia, Nova Zelândia e União Européia. Conforme determinação da Anvisa, a cihexatina só será tolerada em formulação de agrotóxicos que podem ser aplicados exclusivamente na citricultura do estado de São Paulo somente até novembro de 2011. As informações partem da Agência Estadual de Notícias do Paraná. (CBL)