Pesquisa do Caged apontou que a atividade rural ficou à frente de setores como indústria, construção civil e comércio
O setor agropecuário é o que acumula maior saldo de empregos no Espírito Santo, ficando à frente de importantes impulsionadores da economia como construção civil, indústria e comércio, conforme revelou a pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) relativa ao mês de abril. O resultado positivo do setor primário alcançou impressionantes 13,90 pontos percentuais positivos na variação entre admissões e demissões, enquanto as outras esferas econômicas avaliadas não chegaram aos dois pontos.
Foram 6.235 contratações contra 1.648 demissões na área rural do Espírito Santo, o que gera um saldo de 4.587 empregos. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo, Júlio da Silva Rocha Jr., avalia os resultados. “O índice se deve a uma série de fatores, como o início do período de colheita do café, que começa no início de maio e segue até agosto”, afirma. A safra deste ano deve bater recorde no estado e alcançar o número de 12,215 milhões de sacas, segundo estimativas da Conab, o que representa um crescimento de 5,5% em relação à última safra.
Cerca de 320 mil pessoas estão envolvidas na produção de café no Espírito Santo. Em 2011, a atividade registrou renda média anual de R$ 3,3 bilhões para cafeicultores. Hoje, o Estado é o maior produtor de café Conilon do país e o segundo maior produtor do grão em todo o Brasil, ficando atrás apenas de Minas Gerais.
Outra atividade que está em plena expansão no Espírito Santo é a fruticultura. O clima propício e a especialização dos produtores, juntamente com os investimentos na qualidade do produto capixaba estão alavancando o cultivo de frutas em diversas regiões capixabas. Dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de 2011 apontam que são mais de 80 mil ha produzindo frutas variadas, como mamão, maracujá, coco, uva e macadâmia. Anualmente, as plantações produzem mais de um milhão de tonelada de frutas e geram cerca de 60 mil empregos diretos. No ano passado, o lucro da atividade chegou aos R$ 60 milhões.
Já a Pecuária de leite e corte conta com 2,2 milhões de cabeças de gado, sendo que 60% desse total são animais para abate e os 40% restantes são rebanhos leiteiros, com produção diária de 1,3 milhão de litros de leite. Atualmente, cerca de 60 mil pessoas estão empregadas na pecuária no Espírito Santo. Do total de postos de trabalho, 35 mil são empregos diretos e 25 mil indiretos.
Os investimentos em tecnologia e capacitação dos trabalhadores e produtores rurais, impulsionados pela necessidade cada vez maior de produção de alimentos e geração de renda com a venda de produtos, tornam a atividade rural protagonista na economia capixaba.