Apesar do dólar baixo, exportações totalizaram US$ 1,6 bi em 2010, com um crescimento de 16,4%
ECONOMIA
17/01/2011
Rita Bridi
rbridi@redegazeta.com.br
O agronegócio capixaba fechou o ano com chave de ouro. As exportações totalizaram U$ 1,6 bilhão e tiveram um crescimento de 16,4%, em relação ao período anterior. O volume de divisas gerado foi o segundo maior da história, apesar do dólar desvalorizado. Ficou abaixo apenas do resultado de 2008, que foi o primeiro do ranking.
Se permanecer o ritmo das exportações do último trimestre do ano passado, o resultado de 2011 poderá superar o de 2008 e passar de US$ 2 bilhões, acredita o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli. As exportações de 2008, que foi pouco impactado pela crise financeira mundial, somaram US$ 1,9 bilhão.
Em 2010, o volume exportado foi 5,4% inferior ao de 2009, mas o resultado, em divisas, teve incremento de 16,4%. Isso aconteceu porque os preços, em média, ficaram 24% mais altos, se comparados com a média de 2009. A cotação da maioria dos produtos da pauta de exportação do agronegócio já chegou ao patamar de 2008, lembra Bergoli.
Embora a pauta do agronegócio capixaba seja bastante diversificada, a celulose ainda responde por mais de 90% das exportações. Foi o principal produto exportado no ano passado, com a geração de mais de US$ 1 bilhão em divisas, mesmo com pequena redução no volume embarcado.
O café (e derivados) foi o segundo na lista dos exportados, com crescimento em receita e também volume menor que o exportado em 2009. A carne bovina e miudezas teve queda no volume e também no valor, mas na média, o preço registrou alta de 7,4%. O produto manteve-se na terceira posição no ranking das exportações.
Os chocolates e preparados com cacau, na quarta posição, registraram alta no volume exportado, no montante das dividas geradas e também no preço médio. Uma das surpresas da lista é a pimenta-do-reino – produto que teve a maior alta média dos preços (47,1%) e conquistou a quinta posição no ranking dos mais exportados.
O mamão, que nos últimos anos mantinha-se na terceira posição caiu para o sexto lugar. e mostrou leve recuperação no volume exportado, na geração de divisas e também no preço médio.
Outro destaque foi para o gengibre, que teve decréscimo acentuado das exportações nos últimos quatro anos, e em 2010 bateu recorde. Quase dobrou o volume exportado e teve crescimento de 141,2% nas divisas geradas. O gengibre é produzido por agricultores familiares e o aumento nas vendas contribui para o fortalecimento dos pequenos produtores.
Serra é líder em exportação de rochas
A exportação de rochas ornamentais tem um grande aliado no Espírito Santo. Segundo o Centro Brasileiro de Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), o município da Serra vem atendendo ao setor de forma eficiente e é hoje o mais importante para a área, com 29,17% das exportações de rochas no Estado.
No período de janeiro a novembro de 2010, a cidade foi a maior exportadora brasileira de chapas polidas, com US$ 151.945.648, representados por 161.266 toneladas do produto. O município já ultrapassou cidades com grande tradição no mercado.
\”A Serra vem se destacando cada vez mais. A localização é um grande diferencial\”, afirmou a superintendente do Centrorochas, Olivia Tirello.
\”Hoje o município já ultrapassa Cachoeiro de Itapemirim, quando se trata de exportações de chapas polidas\”, acrescentou Tirello.
Nas exportações de blocos de rochas ornamentais, a cidade manteve sua supremacia, com US$ 35.819.192 representados por 156.171 toneladas de blocos. O município já representa 25,16% das exportações de blocos, não sendo superado por nenhum outro do Estado.