Agronegócio – Produtividade do café arábica cresce 33%

12 de outubro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: 12/10/2009 - (Outros - A Gazeta)

Rita Bridi
rbridi@redegazeta.com.br


O Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro de café, mas a produtividade média do arábica, entre 10 e 14 sacas beneficiadas por hectare, é uma das menores do país. O parque cafeeiro envelhecido e a pouca utilização de tecnologia na renovação e revigoramento das lavouras são as principais causas apontadas para a baixa produtividade do café arábica.


Para mudar esse quadro e colocar o Espírito Santo como produtor de ponta também no arábica, o sistema estadual de Agricultura lançou, há cerca de um ano, o programa Renovar Café Arábica. As ações do programa, que estão sendo implementados em 33 municípios – os principais produtores de arábica – mostram resultados positivos e grande participação dos cafeicultores.


Embora implementado no último ano, o programa vem sendo discutido faz cinco anos. Os números mostram que no período a área plantada foi reduzida em 9,6%, a produção aumentou 21,13% e a produtividade registrou alta de 33,33%. “Os resultados são surpreendentes e a adesão dos produtores está acima do esperado”, comemora o coordenador de Cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão.


O programa tem metas e ações definidas para serem implementadas até 2025, em consonância com as diretrizes do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura (Pedeag), mas a expectativa é que os objetivos sejam alcançados antes mesmo da data prevista.


“O café arábica está passando por um momento difícil do ponto de vista econômico, mas o produtor está conseguindo entender a importância do programa”, destaca o presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo. Como o café é uma cultura permanente, o programa é de longo prazo, explica.


A orientação é para que os produtores renovem apenas uma parte de suas lavouras a cada ano. Dessa forma ele conseguirá manter a colheita anual até a renovação de toda a lavoura que já está envelhecida. “O produtor que não aderir ao programa, que não fizer a renovação da lavoura com base na tecnologia não terá condições de ser competitivo”, destaca o pesquisador do Incaper, Fabiano Tristão Alixandre. “O sucesso de uma lavoura começa com uma muda de boa qualidade” lembra a pesquisadora do Incaper, Maria Amélia Gava Ferrão.


Ânimo
“Vale a pena a orientação técnica”
José Coco Camporez
Cafeicultor em Brejetuba


“A minha produtividade que era de 12 a 15 sacas por hectare, nesse ano chegou a 40 sacas/ha. Percebo que vale a pena trabalhar com orientação técnica, seguir as inovações tecnológicas dos técnicos do Incaper. Como minha propriedade é pequena, renovo um pouco das lavouras a cada ano”.


Procura
“Todos saem ganhando”
Sávio Fiorese
Viveirista em Venda Nova do Imigrante


“Estávamos precisando de um incentivo. Os cafeicultores estão se conscientizando que precisam melhorar. As variedades indicadas estão com boa procura. Não consigo atender a todos os interessados nas mudas. Precisei contratar mais mão-de-obra. Com maior produção todos ganham”.


Números da cafeicultura no Espirito Santo
23 mil propriedades
produzem arábica no Estado do Espirito Santo


190 mil hectares
é a área total da lavoura de arábica no Estado do Espirito Santo


53 mil famílias
estão envolvidas no plantio de arábica


250 mil empregos
diretos são gerados pela produção do café


Sobre o Renovar

BALANÇO
A área renovada foi de 6 mil hectares
Foram utilizadas 12 toneladas de sementes para a produção de 30 milhões de mudas
Treinamento de 100 viveiristas e 200 cursos de capacitação de produtores
Envolvimento de 200 técnicos no programa para a orientação de 10 mil cafeicultores


Metas até 2025
Reduzir a área plantada para 173 mil hectares
Passar dos atuais 2 milhões de sacas para 4 milhões de sacas
Elevar a produtividade de 11 sacas/ha para 22 sacas/ha
Ampliar a produção de cafés especiais de 400 mil sacas para 1 milhão de sacas


O bom da roça


Receita Espeto de Carne Moída com Bacon
Ingredientes:


1 quilo de carne (patinho) moída passada duas vezes na máquina
1 maço de salsinha picadinha
1 cebola média picada
3 dentes de alho amassados
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
2 miolos de pão francês embebidos em leite e prensados
1 colher (chá) de sal
Meia colher (café) de pimenta-do-reino branca
1 pacote de creme de cebola em pó (sopa desidratada, encontrada em supermercados)
100 gramas de bacon cortado em tiras fininhas


Preparo:
Em uma tigela funda, coloque a carne junto com todos os demais ingredientes. Misture com as mãos até a massa “dar liga”. Cubra a tigela com um pano e deixe descansando por uma hora. Pegue bocados da massa na mão e modele em volta de espetinhos. Embrulhe cada espetinho com uma fatia de bacon e prenda as pontas com palitos. Asse na churrasqueira a uma distância de 30 cm do braseiro forte, durante 20 minutos, virando sempre para que fiquem assados por igual em todos os lados. Sirva com arroz branco e uma salada fatiada de tomates, cebola e palmito.


Ponto de Vista

Marcelo Netto
Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV)


“Nosso conilon não aceita preconceito”


A “variedade” de café conilon, nosso produto agrícola de maior destaque, responsável pela geração de emprego e renda para milhares de capixabas espalhados pelo Estado, vem sofrendo velada campanha discriminatória e preconceituosa por parte de uma minoritária liderança da cafeicultura paranaense, que defende em Brasília a obrigatoriedade da inclusão, nos rótulos de café, dos percentuais de arábica e conilon constantes do produto.


Diante deste fato, como presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, representando o empresariado do setor de comércio e exportação de café do Espírito Santo, ciente da missão e dever de lutar pelos interesses da cafeicultura capixaba, não posso me calar.


A referida liderança, incipiente em sua representatividade, mas aparentemente com forte “lobby” na capital federal, a título de melhor informar o consumidor, está, de fato, reafirmando sua conhecida campanha contrária à cultura do café conilon, o qual considera como produto de baixa qualidade e grande ameaça à sobrevivência da produção do Paraná.


O cafés robusta, dentre os quais se classifica nosso conilon, tem larga, sólida e tradicional aceitação no mercado internacional, participando nos “blends” da grande maioria das marcas. O mundo hoje consome perto de 130 milhões de sacas de café, das quais aproximadamente 40% são de robusta, ou seja, sua importância é incontestável.


Quanto à qualidade, tal qual o arábica, o robusta é classificado dentro dos mesmos parâmetros, ou seja, tipo (número de defeitos), peneira (tamanho do grão) e bebida. Portanto, temos robustas e arábicas de altíssima qualidade, os chamados “gourmet” ou especiais, assim como de qualidade inferior.


Já o percentual de utilização das variedades é o segredo industrial de cada marca, que dosa a mistura de acordo com a preferência de seus consumidores. Reside aí a razão para que a Associação Brasileira da Indústria de Café considere completamente técnica, conceitual e legalmente descabida a proposta de rotulagem deste percentual, posição da qual compartilhamos.


A obrigatoriedade pretendida pela proposta de lei visa, tão somente, induzir os consumidores a considerar os “blends” com robusta produtos de pior qualidade, em detrimento do nosso conilon e de nossos produtores. Tal fato caracteriza franca discriminação e preconceito contra o produto capixaba (somos os maiores produtores do país), o que definitivamente não podemos aceitar.

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