O agronegócio brasileiro responsável por cerca de 30% do Produto Interno
Bruto (PIB) conquista mais um passo para o fortalecimento da agricultura
tropical. No dia 17, às 15, será lançado o Laboratório Nacional de
Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), no qual serão investidos
recursos de R$ 4 milhões. A iniciativa pioneira é da Embrapa
Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, que com esta ação pretende impulsionar as pesquisas no
setor agropecuário e garantir sua competitividade.
A cerimônia de lançamento contará com a presença do diretor-presidente
da Embrapa, Silvio Crestana, e do pesquisador da Embrapa Instrumentação
Agropecuária, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que desde o ano passado
está desenvolvendo pesquisas com nanotecnologia nos Estados Unidos,
entre outras autoridades.
O Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio ocupará uma
área de 700 metros quadrados e será vinculado a Embrapa Instrumentação
Agropecuária. Apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia por meio
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o LNNA deve iniciar as
atividades imediatamente com a aquisição de equipamentos, sendo a maior
parte importada, planejamento das ações e a organização de uma Rede de
Pesquisa em Nanotecnologia para o Agronegócio. A previsão para o
recebimento dos primeiros equipamentos é de quatro meses.
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Ladislau Martin
Neto, considera o LNNA um marco na consolidação de uma infra-estrutura
de equipamentos avançados e dedicados a Nanotecnologia, que colocará o
Centro em posição ímpar no país em um tema de destaque como o
agronegócio e no qual já vem realizando pesquisa desde 1997, com a
aquisição do Microscópio de Força Atômica, avaliado em cerca de US$ 160
mil.
As principais linhas de pesquisas que serão contempladas pelo LNNA
incluem o desenvolvimento de sensores e biossensores, aplicados ao
controle de qualidade, certificação e rastreabilidade de alimentos;
caracterização e síntese de novos materiais, como polímeros e materiais
nanoestruturados com propriedades específicas; filmes finos e
superfícies para fabricação de embalagens inteligentes, comestíveis e
superfícies ativas; nanopartículas, compósitos e fibras para o
desenvolvimento de materiais reforçados, usando produtos naturais,
como fibras de sizal, juta, coco e outras para aplicações
industriais; nanopartículas orgânicas e inorgânicas para liberação
controlada de nutrientes e pesticidas em solos e plantas, de fármacos
para uso veterinário; nanobiotecnologia- para caracterização de material
genético e nanomanipulação gênica; caracterização de materiais de
interesse do agronegócio para obtenção de informações inéditas
sobre partículas de solos e plantas, bactérias e patógenos de interesse
agrícola.
Além das atividades de pesquisas, o Laboratório Nacional de
Nanotecnologia para o Agronegócio funcionará em forma de “facility” para
colaborações científicas e prestação de serviços para instituições
públicas e iniciativa privada.