18/01/2010 19:01:47 – A Gazeta – ES
Rita Bridi
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Em metade dos municípios capixabas existem produtores orgânicos certificados, mas a produção mensal de 1,1 mil toneladas mensais ainda não é suficiente para atender a demanda do mercado local. A atividade iniciada em 1995 e que se desenvolve em ritmo lento, passa a ser uma prioridade de governo e vai ganhar velocidade neste ano.
“Nosso grande objetivo é que a produção de orgânicos saia de nicho e vá para o mercado”, avisa o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli. Ele destaca ainda que a produção de alimentos de forma sustentável é uma tendência irreversível e a produção de orgânicos está virando um grande negócio.
Na tarde de hoje, Bergoli promove uma ampla reunião em seu gabinete para discutir e definir as ações que direcionarão a produção orgânica em todo o Estado. A meta para o setor é ousada: triplicar o número de propriedades certificadas e a área de cultivo e mais que duplicar a produção mensal.
Segundo o gerente de Agricultura Orgânica da Seag, Decimar Schultz, a produção de orgânicos está mostrando ser um bom negócio. Os preços dos alimentos produzidos em sistema orgânico são, em média, 25% superiores aos dos produtos convencionais. Ele ressaltou também que “está caindo por terra o mito de que produzir orgânicos é muito mais caro”.
Outra boa notícia para os produtores é o interesse das instituições estão demonstrando nas pesquisas a respeito da produção orgânica de alimentos. “Há extensa literatura de viabilidade de modelos mais sustentáveis de produção e muito disso produzido no Espírito Santo”, revela Bergoli.
Comercialização
A maioria da produção orgânica vem das pequenas propriedades, aquelas da agricultura familiar. E para os pequenos produtores uma das dificuldades é a comercialização da produção. Objetivando favorecer o acesso dos pequenos produtores ao mercado, a gerência de Agricultura Orgânica está estruturando a agência de mercado.
A agência, explica Schultz, vai prestar um serviço de informação de negócios aos produtores que sentirem dificuldade em comercializar sua produção. O acesso ao mercado, explica, é hoje um dos gargalos dos produtores orgânicos. Para receber as informações da agência os produtores precisar estar ligados a uma cooperativa.
As redes de supermercados estão cada vez mais ampliando o espaço para a venda da produção orgânica. Além dos supermercados os produtores contam com três feiras feiras específicas que são realizadas aos sábados em Vitória (Barro Vermelho), em Vila Velha (Praia da Costa) e em Cariacica (Bairro Santa Fé).
Nas sedes de vários municípios também existem espaços nas feiras livres para a comercialização da produção orgânica. A merenda em escolas de alguns municípios é feita com produtos orgânicos, o que contribui para ampliar o consumo desses alimentos.
Mundo orgânico
Produtores
Alto Rio Novo, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Domingos Martins, Ibatiba, Iconha, Iúna, Irupi, Jaguaré, Laranja da Terra, Mantenópolis, Marilândia, Montanha, Muqui, Santa Teresa, São Mateus, Venda Nova.
Produtos
Abobrinha, abóbora madura, agrião, aipim, alface, banana prata, banana da terra, batata doce, batata inglesa, brócolis, cachaça, café, cebolinha, cenoura, chuchu, coentro, couve, couve-flor, espinafre, ervilha, inhame, laranja, mamão, manga, milho verde, morango, ovo caipira, pepino, quiabo, repolho, salsa, tomate e vagem.
Certificados
São 140 os agricultores orgânicos certificados. Santa Maria de Jetibá reúne o maior número de produtores. A meta é chegar a 440 certificações até dezembro deste ano.
Área cultivada
A produção orgânica ocupa hoje uma área de 2,6 mil hectares em 40 municípios. A meta é ampliar para 8 mil hectares.
Produção
Os agricultores certificados produzem hoje 1,1 mil toneladas de alimentos por mês. Até o final do ano o volume será de 2,5 mil toneladas mensais.