Publicação: 14/06/07
Para vencer a valorização do real frente ao dólar e as barrerias dos grandes mercados consumidores como Estados Unidos e Europa, ações para competir com produtos de outros países como conquista de novos clientes, participação em feiras internacionais e produtos com maior valor agregado são as alternativas que empresários encontram para não perder dinheiro com o câmbio.
Puxado pelo bom desempenho do agronegócio brasileiro, que no mês de maio somou US$ 5,199 bilhões em vendas externas – 33,7% maior em relação ao mesmo período de 2006 -, o destaque foi o complexo carnes, que pela primeira vez tem resultado mensal de US$ 1 bilhão, contribuindo com quase 20% para o total exportado.
Uma das empresas que buscou novos mercados para não perder rentabilidade foi o Frigorífico Mercosul, de Porto Alegre, que teve aumento de 20% na exportação no período de janeiro a maio desse ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A estimativa é de que foram 28 mil toneladas de carne contra 23,5 mil no ano passado. No ano passado, a empresa exportou cerca de 75 mil toneladas e o comércio internacional representa de 35% a 40% do volume produzido pela empresa.
O aumento nas exportações se deu por conta da conquista de novos mercados como na África, com foco na região norte do continente, e países como Argélia e Egito passaram a figurar entre os mercados de destaque do grupo. Segundo o gerente de exportação Gerson Dutra a empresa está de olho em outro mercado, o do Leste Europeu.
“As barreiras existem, por isso a diversificação de mercados”, diz. A empresa comercializa somente carne in natura e tem planos de vender produtos industrializados, mas ainda em estudo. Dutra disse haver dificuldade de entrar em mercados como o Japão, onde se impõe barreiras fitossanitárias severas ao Brasil e não compra carne não industrializada.
“Cerca de 20% da exportação é carne de alta qualidade. Nosso objetivo é fortalecer a nossa marca como carne de alta qualidade”, conta.
Outra empresa que está diversificando para não perder mercado é a Predilecta Alimentos, que entre janeiro e maio deste ano exportou 5% mais em comparação com o mesmo período do ano passado. A companhia participou da missão empresarial para o Norte da África, para conquistar novos mercados e não perder com o dólar mais barato. “A empresa realizará em curto prazo negócios com Egito e Marrocos e, até o final do ano, com a Tunísia. Também iremos negociar preços com os compradores”, adianta Ivini Granado, gerente de exportação da empresa.
Barreiras impostas por mercados como Estados Unidos, Europa e outros países da África acarretam impostos de até 75% do valor do produto exportado para a empresa.
A alternativa para não perder negócios foi também vender produtos com outros agregados. “A companhia deverá crescer até 30% em negócios este ano de 2007. O mês de maio deste ano foi recorde, vendemos no mercado interno 25% mais”, revela.
A Sumatra Cafés Brasil também comemora o bom desempenho. As vendas externas da empresa somaram 10% nos cinco primeiro meses do ano. “A projeção é de fechar o ano com cerca de 60 mil sacas exportadas, de um total de 70 mil da produção”, diz João Antônio Lian, presidente do grupo brasileiro.
Lançamento
De olho no mercado externo, do qual já vende há quase três anos, a Fazenda Império, produtora de cafés certificados de alta qualidade, lança no mercado o café torrado Madame DOrvilliers.
Com grãos totalmente de origem garantida (não misturados), os produtores já realizam contatos para estabelecer parcerias. “Temos contatos realizados nos Estados Unidos, após participar de feira do café e iremos para outras feiras na Alemanha”, conta Marília de Fátima Faria, uma das sócias da nova marca.
A previsão é que a Fazenda Império produza este ano até 15 mil sacas de café, contra seis mil do ano passado.