Agronegócio deve ter saldo recorde e mesmo com real forte, CNA prevê exportações de US$ 55 bi e superávit comercial de US$ 47,5 bi

Publicação: 06/06/07

Por: O ESTADO DE S. PAULO

Alexandre Inacio


Os problemas de renda, câmbio e endividamento devem ter efeito pequeno sobre os resultados estimados para o agronegócio brasileiro em 2007 em termos globais. As projeções da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) indicam que as exportações do setor alcançarão US$ 55 bilhões e baterão novo recorde, superando o desempenho de US$ 49 bilhões de 2006.


A balança comercial do setor também deve ser a maior da história, com superávit de US$ 47,5 bilhões, 12,3% superior ao registrado em 2006. O setor continuará batendo recordes, embora o ritmo de crescimento seja menor, disse Antônio Donizete Beraldo, assessor técnico do Departamento de Comércio Exterior da CNA.


De janeiro a abril, a balança comercial do agronegócio teve saldo recorde de US$ 13,8 bilhões, um aumento de 23,1% em relação a 2006. O mais expressivo ocorreu com a carne bovina, cujas exportações aumentaram 43,3%, para US$ 1,42 bilhão. Os resultados mostram que o mundo continua fortemente demandante pela carne brasileira, disse Beraldo.


Outro indicador que projeta bom ano para o agronegócio são os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, divulgados ontem pela CNA. No primeiro trimestre, o PIB da agropecuária, referente apenas ao que se produz nas fazendas, teve crescimento de 1,49% em relação a igual período do ano passado. Em março, o crescimento do PIB foi de 1%. No caso da agricultura, o PIB cresceu 1,7% no primeiro trimestre, e o da pecuária, 1,22%. O crescimento foi atribuído à safra recorde de grãos e à valorização de praticamente todas as commodities.


Tivemos safra recorde de grãos, safra de inverno em recuperação e boa safra de cana. A única cultura que vai puxar os preços para baixo é o café, que terá safra menor em decorrência da sua bianualidade, disse Ricardo Cotta Ferreira, superintendente técnico da CNA.


Segundo a CNA, os elevados custos de produção impedem que o bom desempenho seja traduzido em renda para os produtores. O ano de 2007 poderia ser muito melhor para os produtores se o câmbio estivesse em nível real, a logística fosse mais eficiente e se os custos não tivessem subido tanto para os agricultores, disse. 

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