O papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Plano Nacional de Agroenergia, bem como seu potencial humano para atuar num programa com instituições norte-americanas nessa área não só surpreenderam o secretário assistente para Energia Eficiente e Renovável (EERE) dos Estados Unidos, Alexander Karsner, como abriram as portas para estabelecer, a curto prazo, um grupo de trabalho para dar início às discussões sobre uma cooperação técnica entre os dois países. Este foi o saldo da reunião entre o diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, Kasner, pesquisadores brasileiros e representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na manhã de hoje (24), em Brasília.
O chefe da Assessoria de Relações Internacionais (ARI) da Embrapa, Washington Silva, apresentou a Kasner uma espécie de agenda com destaque para cinco pontos considerados básicos à construção de uma cooperação técnico- científica. Silva destacou as seguintes ações: monitoramento e risco climático, zonas para colheitas energéticas (etanol e biodiesel);
desenvolvimento e adaptação de variedades de cana-de-açúcar em áreas tradicionais e novas; sistemas de produção sustentáveis e eficientes; atividades de pesquisa e desenvolvimento (que incluem temas como fixação de nitrogênio, eficiência do uso da água, equilíbrio de energia, etanol celulósico); treinamento na administração do negócio agroenergia.
A partir dos pontos apresentados pelo chefe da ARI, Kasner (responsável pela coordenação de recursos da ordem de US$1,6 bilhão para promover o desenvolvimento de tecnologias para área de energia nos Estados Unidos para os próximos cinco anos) adiantou que vai estabelecer um grupo de estudos com especialistas norte-americanos para avaliar como poderá se dar a cooperação com a Embrapa. “A definição disso ainda depende da conversa que ele terá na tarde desta quarta-feira com a ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff“, observa Crestana.
Já está certo, no entanto, que Alexander Kasner pretende inserir a agenda apresentada pela Embrapa na “lição de casa” da missão liderada por ele no Brasil. O secretário norte-americano cogitou, inclusive, de realizar uma espécie de workshop, após definidas as equipes dos dois
países. “As duas partes deverão acertar o local de um novo encontro, mas é possível que ocorra no Estado do americano do Colorado”, comenta Washington Silva.
Uma vez estabelecida, a parceria para pesquisas se dará com as lideranças da Embrapa e do Laboratório Nacional de Pesquisa em Energia (NREL). “Os Estados Unidos são parceiros fundamentais no desenvolvimento de uma nova matriz energética”, avalia o diretor executivo Geraldo Eugênio de França. A reunião de hoje é resultado do encontro entre Crestana e o embaixador norte-americano, Clifford Sobel, na semana passada.
Serviço:
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