fonte: Cepea

Agrocafé prossegue nesta 3ª feira abordando pesquisa, mercado mundial e aumento de consumo

O 9º Agrocafé, que está sendo realizado desde ontem (3) no Pestana Bahia Hotel, em Salvador, prossegue hoje com mais três painéis que irão abordar novidades nas pesquisas cafeeiras, tendências do mercado mundial e o aumento do consumo de café. O primeiro painel do dia, programado para as 9h, será coordenado por Aymbiré Fonseca (Incaper) e terá como palestrantes os pesquisadores Luis Carlos Fazuoli (IAC); Armando Androcioli Filho (IAPAR), José Braz Matiello (Procafé), Carlos Aedyiama (Universidade de Viçosa) e Antônio Fernando Guerra (Embrapa).


O painel Tendências do Mercado Mundial, das 11h às 12h30, será coordenado por Silvio Leite, presidente da Assocafé, entidade promotora do evento, e terá como palestrantes Joaquim Libânio Ferreira Leite (Cooxupé), Sérgio Tristão (Tristão Com. Exterior), Jair Coser (Unicafé) e Jorge Esteve Jorge (Esteves S.A.).


Na parte da tarde, das 14h às 15h30, haverá os debates sobre Aumento do Consumo de Café, painel coordenado por João Lopes Araújo, fundador e presidente de honra da Assocafé. O palestrante será Carlos Brando, da P&A Marketing, e os debatedores serão Guivan Bueno (ABIC), Martin Pereyra (Nespresso), Dantes Hurtado (Sara Lee Cafés do Brasil) e Gabriel Carvalho Dias (BSCA).


Com mais de 500 participantes, o 9º Agrocafé – Simpósio Nacional do Agronegócio Café tem como tema central “Sustentabilidade Econômica da Cafeicultura”. Paralelamente ao evento, que termina quarta-feira (5), estão sendo reallizados minicursos e uma exposição de equipamentos e serviços para o setor.


Cenário Externo


O Agrocafé abriu a programação, na manhã de segunda-feira (3), com discussões sobre a cotação do dólar, a adoção de subsídios governamentais e alternativas para melhorar a renda do produtor. O economista Fábio Knijnik, do Banco Espírito Santo, iniciou os trabalhos chamando atenção para o fato de que a moeda norte-americana dificilmente voltará ao patamar de R$ 2, apesar da previsão de acréscimo na taxa básica de juros da economia brasileira já sinalizada pelo Banco Central (BC).


“O BC tem se mostrado preocupado com a perspectiva de inflação. Os ciclos anteriores de aumento por conta da crise cambial fizeram a Selic crescer nove pontos percentuais. Em 2004, a taxa subiu quatro pontos percentuais. Os juros subirão no primeiro semestre, mas não deve ser nada desta magnitude”, prevê Knijnik.


O cafeicultor Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), mostrou-se profundamente preocupado com a política cambial brasileira, apontada por ele como uma das principais ameaças à sustentabilidade do negócio. “O café é um negócio essencialmente dolarizado. Com essa malfadada política cambial, vamos buscar renda onde? Se não tivermos uma política bem feita para conseguirmos subsídios, correremos até o risco de ter que parar de produzir café”, assinalou.


Para Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), o desafio da sustentabilidade não envolve apenas a atenção ao produtor, mas a todos os segmentos da cadeia, da mão-de-obra utilizada nas lavouras ao consumidor. Braga também defendeu a adoção de subsídios semelhantes aos já adotados para atenuar os impactos da globalização na lavoura brasileira de soja e de algodão. Segundo ele, o vetor deveria ser o Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), pago pelo governo quando o preço de um determinado produto atinge índice abaixo do valor de referência.


Mauro Malta, diretor-executivo da ABICS (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel) chamou atenção do público para o fato de que o Brasil vem perdendo competitividade frente a outros países exportadores de café que mantém legislações menos rígidas no campo ambiental e trabalhista. “A solução para reverter este quadro é agregar valor. Quanto mais tecnologia se utiliza para a produção de um bem, maior será o seu valor e maior será o número de pessoas empregadas na geração de renda”, detalha Malta. Como um exemplo bem sucedido desta estratégia ele citou uma marca de café solúvel lançado recentemente no Brasil pela multinacional Nestlé. “O Nespresso não é vendido em supermercados. A empresa fez isso para fugir dos supermercadistas, que sempre exigem preços mais baixos”, diz.


O primeiro painel do 9º Agrocafé terminou com a participação do Nathan Herszkowicz, diretor da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), que mostrou ao público as estratégias desenvolvidas pela instituição para estimular o consumo interno baseado em campanhas de qualidade e de sofisticação do produto café. “Nossa intenção é continuar estimulando a produção de cafés de melhor qualidade”, afirma Herszkowicz, que defende este alternativa como um vetor de geração de benefícios para toda a cadeia produtiva.

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