Ribeirão Preto, 4 – O presidente do Sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, disse hoje em coletiva à imprensa que a feira deverá ser fechada, amanhã, com negócios superiores a R$ 700 milhões. “É 40% mais do que no ano passado, quando ficou na casa dos R$ 500 milhões”, calculou.
A visitação, de segunda-feira até hoje, foi de quase 120 mil pessoas. “Tudo indica que vamos chegar a 140 mil. Até sexta-feira, no ano passado, foram 95 mil”, informou.
A feira deste ano, segundo Magalhães, foi marcada por uma retomada da agricultura. “A visitação havia sido baixa no ano passado (115 mil). Normalmente, fica entre 120 e 140 mil”. Por dimensionar a feira para um máximo de 120 mil pessoas, Magalhães apontou que o número que tratores que transportam o pessoal dentro da Agrishow foi insuficiente e terá de ser aumentado. “Houve um pouco de fila e isso me aborrece”, comentou.
Magalhães afirmou que começou a montar o evento em novembro, ocasião em que a dificuldade foi grande em vender para expositores. “Os tratores, por exemplo, só entraram em fevereiro. Grande parte da feira só foi vendida a partir daí, só quando estava claro que a safra seria de 131 milhões de toneladas”.
O presidente do Sistema Agrishow disse que o Bradesco financiou 40% a mais do que no ano passado e, o Banespa 140%, ressaltando que a base de comparação pode ter sido pequena em 2006, devido às dificuldades, especialmente na área de grãos. As rodadas de negócios internacionais atingiram US$ 4,21 milhões.
Ele observou que foram poucos os compradores oriundos do Mato Grosso, fato que, na opinião dele, pode estar relacionado ao endividamento rural no Estado. Com relação aos pequenos agricultores, comemorou por serem muitos “rodando” na feira. “Só o Sebrae trouxe mais de 20 mil. Acertamos em trazer ovinos, suínos e caprinos, porque eles têm se interessado”.
Sobre o protesto pacífico feito por cerca de mil pessoas na entrada da Agrishow esta tarde, a maior parte delas ligadas à Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e parte membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Magalhães o classificou como “democrático”. “Me aborreceria se eles interrompessem a circulação na feira”, comentou, emendando que assentados de Petrolina (PE) já participaram como expositores na Agrishow Semi-Árido, que a experiência irá se repetir e poderá ser adotada em Ribeirão Preto no futuro.
No final da entrevista, Magalhães entregou ao diretor-presidente da Fundação Sobeccan, Aurélio Julião de Castro Monteiro, um cheque no valor de R$ 10 mil. “O café da manhã dos pequenos produtores foi distribuído por voluntários do Hospital do Câncer. Em vez de pagarmos estagiários, estamos fazendo essa doação”, finalizou o presidente do Sistema Agrishow.