A mecanização já não é uma realidade somente para grandes produtores. Por meio de programas de financiamento específicos, os pequenos também estão tendo acesso à compra de máquinas.
No caso da Agrishow, metade dos negócios fechados nos eventos da marca espalhados pelo país é referente à agricultura familiar, diz o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Francisco Matturro. A Agrishow 2007, realizada em Ribeirão Preto (SP), prevê receita de R$ 900 milhões com a venda de máquinas e prossegue até sábado.
– O pequeno produtor não tem grandes financiamentos e não carrega dívidas – afirma Matturro.
Com fábricas em Canoas e em Santa Rosa, a Massey Ferguson, que até 2005 detinha 2% dos negócios na fatia de tratores de 50 cavalos, triplicou a participação no ano passado.
– Há demanda reprimida, com a necessidade de investir para aumentar a produtividade. São estes que estão comprando – diz Fábio Piltcher, diretor de marketing da empresa.
Produtor de café em São Sebastião do Paraíso (MG), João Batista Oliveira comprou um trator Agrale 4230.4, na última quarta-feira.
– O meu já está com quatro anos. Prefiro substituir de tempos em tempos e economizar em manutenção.
Mas Oliveira não sabia que teria de esperar 40 dias para receber o equipamento. Com o aquecimento do mercado, as fábricas não conseguem suprir a demanda da pronta-entrega. Oliveira começará a colheita, no dia 20, usando a máquina antiga.
Líder neste mercado, a Agrale, de Caxias do Sul, percebe a evolução.
– A agricultura familiar não é afetada por fatores externos, como o dólar. A maioria produz hortigranjeiros, fumo, café e leite. Em 2005, vendemos 515 tratores nessa linha, e no ano passado, 715 unidades – diz o gerente de vendas de tratores da empresa, Silvio Rigoni.
Do Agrol Notícias