“O fundo do poço já passou e 2006 será um ano melhor”. Foi com esta mensagem que o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, encerrou o ano de 2005, considerado por ele “o pior dos mundos para a agricultura”. No caso, o pior foi a conjunção de fatores como elevação de custos para os produtores, preços baixos, queda do dólar no momento da comercialização e seca sem precedentes na região Sul do País, além da estiagem que também atingiu o Centro-Oeste e o Sudeste.
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Ao fazer um balanço deste ano para um grupo de jornalistas, Rodrigues deixou de lado o discurso sombrio dos últimos meses e agora aposta na recuperação do agronegócio. “Estamos olhando 2006 com mais otimismo. O custo de produção será menor e muda o cenário para o produtor, que vai trabalhar com mais renda”, previu o ministro. Ele disse ainda que a ocorrência de focos de febre aftosa não afetou a receita com exportações de carnes, que atingiu US$ 3 bilhões este ano, com vendas para 172 países.
Também destacou o crescimento das vendas externas com produtos agregados. “As exportações de café em grãos foi igual, mas cresceu as de café torrado e moído. Diminuímos as vendas de leite longa vida, mas aumentamos as de leite condensado”, revelou, acrescentando que o agronegócio fechou o ano com um saldo comercial de US$ 35 bilhões.
Rodrigues disse que a regulamentação da Lei de Biossegurança representou um grande avanço para o país no que se refere às condições de competitividade frente aos países agrícolas que plantam produtos geneticamente modificados. Comemorou também a aprovação do seguro rural. “Os recursos deste ano para o programa de subvenção ao prêmio foram insuficientes, mas o importante é que o seguro começou a ser operado”.
Ele destacou a prioridade dada pelo governo Lula ao seguro rural. “Em 2003 a lei foi publicada, em 2004 foi regulamentada e 2005 entrou em vigor. Após uma luta de 30 anos, este é um dado formidável”. Este ano foram destinados R$ 10 milhões para o programa de subvenção ao prêmio do seguro rural.
Roberto Rodrigues disse que o Ministério da Agricultura avançou “de maneira definitiva” na sustentabilidade, com o crescimento da produção e do consumo de produtos orgânicos, além da difusão do plantio de plantas medicinais nas pequenas propriedades rurais. Também afirmou que o ministério está terminando a rastreabilidade e lembrou o lançamento de novos títulos agrícolas, que desonerou os cofres públicos.
Ao lembrar a crise agrícola deste ano, Rodrigues informou que o valor total da produção caiu R$ 21 bilhões em relação ao estimado. Para amenizar os efeitos da crise, o governo prorrogou RS$ 4 bilhões de dívidas de financiamento de custeio. Entretanto, o valor prorrogado foi deduzido do volume de crédito rural disponível para o produtor, elevando o mix de juros.
Segundo o ministro, a queda de renda, menor oferta de dinheiro e taxa de juros elevada foi um cenário bastante desfavorável para o setor. “E a febre aftosa complicou a relação do Brasil com os países compradores de carne”, comentou. “Mas tudo isso faz parte dos ciclos da agricultura. O grande desafio é criar políticas anti-cíclicas e estamos caminhando nesta direção”. As informações são da Assessoria de Imprensa do Mapa.