Setor registra queda no PIB de 10,7%, safra de 20 milhões de toneladas a menos e baixa renda dos produtores
PIB (Produto Interno Bruto) do setor tenha uma queda de 10,73%, de R$ 160,65
bilhões em 2004 para R$ 143,42 bilhões em 2005, segundo avaliação da
Confederação Nacional da Indústria (CNA).
Levando-se em conta todo o
agronegócio, a queda será um pouco
menor, de 3,4%, para R$ 515,92 bilhões.
Para o presidente da entidade,
Antonio Ernesto de Salvo, a falta de apoio do governo, por meio de programas de
crédito neste ano, também irá comprometer a atividade do setor no ano que
vem.
“O que tinha que ser plantado já foi. A solução agora é 2007”, disse
Salvo.
Fatores climáticos, como a seca no Sul do País, prejudicaram a
agropecuária neste ano. A CNA estima que a safra será 20 milhões de toneladas
menor em 2005. Também contribuíram para esse desempenho negativo a queda do
preço das commodities no mercado internacional e a valorização do real frente ao
dólar, que reduziram a rentabilidade dos produtores exportadores.
Apesar
da crise no setor, Salvo diz que não haverá risco de abastecimento para o
consumidor. A crise está concentrada na queda de renda dos
produtores.
Inclusive, os consumidores são beneficiados pela crise no
setor. O dólar em baixa estimula a importação de alimentos e prejudica as
exportações. Com mais produtos no mercado, a tendência é que o preço
caia.
Para o presidente da CNA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não vai poder contar com os bons números do setor agrícola durante a campanha de reeleição.
“Eu
acredito que o resultado do agronegócio vai causar influência no processo
eleitoral. Não vai dar para eleger em cima desses números. Vai ter que procurar
outros”.