Agricultura derruba emprego em Minas

23 de agosto de 2007 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Estado de Minas

ECONOMIA
23/08/2007
 
Agricultura derruba emprego em Minas
Período atípico para setores importantes, como colheita de café, provocou resultado abaixo das previsões oficiais
 
Zulmira Furbino
O crescimento do emprego formal em Minas foi de apenas 0,02% em julho, informou ontem o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No mês passado, foram admitidos 159.531 trabalhadores no estado mas, no mesmo período, 158.901 foram demitidos. Com isso, a expansão do número de vagas no mercado formal foi de apenas 630 postos de trabalho. A estagnação foi causada pela atípica retração nas vagas da atividade agropecuária, que dispensou 7.795 trabalhadores no mês passado, avalia o Delegado Regional do Trabalho (DRT), Osman Miranda.


Em julho, o agronegócio mineiro contratou 30.365 trabalhadores com carteira assinada e dispensou outros 38.160, informam os números do Caged. Para o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Varginha (MinaSul), no Sul do estado, Henrique José Reis Pinto, o número de demissões tem a ver com a queda na colheita de café que, neste ano, foi maior do que a esperada por conta de problemas com o clima. “Como a colheita de café é bianual, já esperávamos uma produção baixa em 2007. A expectativa era de uma quebra se safra entre 50% e 60%, mas ela está se configurando entre 60% e 70%”, diz. O cafeicultor conta que, normalmente, contrataria 30 homens por três meses para a colheita de sua produção de café arábico – mas que, neste ano, foi necessário contratar por apenas um mês.


Apesar disso, os especialistas apostam que o problema é pontual. De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, o recuo do emprego no campo em julho pode ser explicado, em parte, pelo aumento da contratação no mês anterior, o que teria criado um estoque que não foi sustentado. Mesmo assim, ele acredita que esse não é o momento para preocupações. “O cenário que temos pela frente é de aumento das contratações na pecuária leiteira e na de corte também”, afirma.


Para o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santos Vilela, o aumento das demissões no período pode ser atribuído ao encerramento da safrinha de grãos, que ocorreu em julho. “Essa seria a melhor justificativa para a retração do número de postos de trabalho no campo. Mas em setembro começa a nova safra. Estamos num período intermediário, no qual a safrinha terminou, mas o plantio da nova safra ainda não começou”, sustenta.


Análise da notícia


O campo, sempre generoso em boas notícias para o país, trouxe este ano duas surpresas não muito agradáveis. A primeira é o aumento colossal do preço do leite para o consumidor, até agora sem uma explicação convincente. E a segunda é a queda no volume de empregos, motivada pelo café. Aparentemente, são dois fatores sazonais, pelos quais – espera-se – não adianta chorar o leite derramado. (Paulo Paiva)

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