Finalmente, ocorre a aguardada Conferência das Nações Unidassobre Desenvolvimento Sustentável, marcando os vinte anos de realização da Eco92. A ONU, responsável pela Conferência, e o governo brasileiro, organizadorevento, esperam a presença, no Rio de Janeiro, de pelo menos uma centena dechefes de nações de todo o mundo, acompanhados de dezenas dos negociadores deseus países, especialistas em temas diversos.
A Andef, Associação Nacional de Defesa Vegetal, e suas empresasassociadas não apenas apoiam, mas têm participado efetivamente, com exemplos epropostas, de diferentes fóruns e iniciativas em torno desta Conferência e, sobretudo,para que dela surjam conclusões práticas em favor da sustentabilidade – a serentendida sempre em suas três dimensões: econômica, social e ambiental. Uma dasiniciativas que a entidade apoia firmemente é o movimento Sustain-Agro (www.sustainagro.org.br),lançado há apenas um mês, sob a coordenação do Conselho de Informação sobreBiotecnologia, e que já conta com a participação de 37 entidades doagronegócio.
Vem se formando o consenso, e espera-se que a Conferência noRio de Janeiro seja enfática neste rumo, de que conservar a natureza e promover odesenvolvimento socioeconômico são rumos necessários e absolutamente possíveis.Uma das respostas está na agropecuária, atividade estratégica para a maioriados países, inclusive os desenvolvidos – apenas para citar alguns exemplos,como Estados Unidos, França e Japão, o que desmistifica o equívoco deconsiderá-la importante apenas nos países menos desenvolvidos. A produçãoagrícola que alia os manejos sustentáveis à imprescindível eficiênciatecnológica é a melhor tradução dos conceitos de sustentabilidade e, o maisrecente, a chamada Economia Verde, que norteiam os debates na Rio+20.
Porque a razão do planeta são as pessoas, os desafioscolocados exigem uma agenda positiva que compreenda e valorize a missão crucial da agricultura.Hoje, os desafios impostos pela segurança alimentar sugerem à sociedade como umtodo ampliar sua visão ambiental.
Para poupar recursos naturais – terra, água e energia – oaumento deverá ocorrer via produtividade das lavouras, daí o essencial papeldas inovações tecnológicas. Se os decisivos investimentos em Pesquisa eDesenvolvido no país, tanto por instituições públicas como, principalmente porempresas da iniciativa privada, garantiram produtos estratégicos para o salto competitivodo agronegócio brasileiro, ao lado dessa participação relevante, setores como ode defensivos vêm contribuindo, por meio de outras maneiras notáveis, para odesenvolvimento sustentável brasileiro.
Há cerca de duas décadas, começaram a ganhar força osarranjos estratégicos envolvendo entidades do setor, comunidade científica,institutos de pesquisa, órgãos de governos e empresas. Com o desmantelamento dosprogramas de extensão rural no país, após a extinção da Embrater, Empresa Brasileirade Extensão Rural, em 1990, esta foi uma das formas de levar ao campo aextensão do conhecimento a milhares de agricultores e, com isso, melhoresperspectivas para o seu sucesso na atividade. A melhoria da educação doagricultor rural teve um importante apoio providencial, além da Andef, deentidades como o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias,InpEV; Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas eVeterinários, Andav; Organização das Cooperativas Brasileiras, OCB, eAssociação Brasileira de Agronegócio, Abag.
As indústrias do setor têm investido fortemente – por meiodo aporte de recursos e do Conhecimento técnico-científico de seus profissionais–, em treinamento, assistência técnica, extensão rural e conscientizaçãosocioambiental dos agricultores e trabalhadores do campo. Vários dessestrabalhos integram o Prêmio Andef, realizado há quinze anos pela Andef, suasassociadas e entidades apoiadoras.
As indústrias, as revendas, as cooperativas e as unidades derecebimento de embalagens vazias mobilizam, durante o ano inteiro, recursos eenormes esforços de centenas de profissionais das áreas de stewardship;pesquisa e sustentabilidade. Como exemplo da importância desse conjunto de ações,entre os anos de 2005 e 2011 o expressivo número foi de 12.128.181 de pessoas.
Iniciativas como essa apontam o rumo e devem nortear asdiscussões na Conferência das Nações Unidas, a Rio+20. Afinal, do campo vêmalimentos, fibras e matérias-primas vegetais renováveis para produção deenergia para o mundo, a agricultura. Portanto, a agricultura é o centro dassoluções sustentáveis.
Por João Sereno Lammel, presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef.