”Diversificar é
fundamental”. Assim a produtora Sirlei Marques Favaro define as mudanças feitas
no Sítio Primavera há 10 meses. Impulsionada pelos baixos preços das
commodities, ela abandonou a produção de soja, milho e trigo e investiu no
cultivo da mamona consorciada com amendoim, café e feijão. A lavoura, plantada
manualmente, já está com 45 dias e emprega duas pessoas.
Além da mamona
consorciada, Sirlei cultiva alguns pés de café na propriedade de nove alqueires,
localizada na Gleba Primavera, Zona Norte de Londrina. ”Meu próximo passo será
cultivar pupunha”, avisa.
O agricultor Adilson Jurkevicz, de Lerroville,
Zona Sul de Londrina, também desistiu de produzir grãos. Há dois anos ele
investe no plantio de laranjas e uvas, além de cuidar de oito tanques onde são
criadas iscas de lambari. Em consórcio com a laranja, ele cultiva mamona há um
ano em uma área de 5,5 alqueires. ”A principal vantagem é a redução nos custos
de produção”, aponta.
Com a mamona ele custeia toda a produção de
frutas, que será à fabricação de sucos. As primeiras uvas serão colhidas em
janeiro e as laranjas em setembro do próximo ano. ”Hoje eu sustento o sítio
apenas com a renda da mamona”, afirma.
O advogado Carlos Salles é um dos
incentivadores da mamona em Carlópolis (80 km ao sul de Jacarezinho), onde os
primeiros plantios começaram em 2004. Hoje, o projeto conta com cerca de 80
pequenos e médios produtores que encontraram na mamona uma alternativa contra a
descapitalização. ”Os agricultores que plantaram a mamona em consórcio com o
café foram os que mais tiveram sucesso”, conta. (M.G.)