Adubação orgânica do café

 Se disponível, aplicar por metro de sulco, um dos
seguintes adubos orgânicos:



  • 20 litros de esterco de curral
  • 05 litros de esterco de galinha  com cama
  • 02 litros de esterco de galinha puro
  • 10 litros de palha de café
  • 02 litros de torta de mamona

Utilizar materiais curtidos ou aplicar com 45 dias de
antecedência no caso de materiais não curtidos.

A adubação orgânica do
cafeeiro, por ocasião do plantio, é muito benéfica para o desenvolvimento das
plantas.


As cascas de café são ricas em nutrientes, contendo, em
cada g/kg, cerca de 15 g de N por quilo, 0,1 de P e 25 de K. Assim, é
interessante retorná-las ao cafezal.


Adubação verde baixa custo, é fácil de implantar e aumenta
produtividade


Em regiões de terras naturalmente férteis não é difícil
conduzir o plantio de café orgânico. Portanto, o segredo está em melhorar a
fertilidade do sistema e isso pode ser feito elevando a quantidade de
biomassa. 


Uma das formas mais baratas de aumentar a
biomassa da cultura do café orgânico é por meio da utilização de adubos verdes,
que podem trazer uma série de benefícios que resultam em maiores produtividades
e menores custos como: maior cobertura de solo; economia de capina, devido a
menor incidência de invasoras; maior equilíbrio nutricional, sobretudo em
relação ao nitrogênio; além do aumento da matéria orgânica do solo.

Segundo pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR
(CHAVES, 2000a), a adubação verde combinada com outros adubos orgânicos
(estercos de animais, húmus de minhoca, compostagem, etc.) proporciona maior
equilíbrio à nutrição nitrogenada, reduz a incidência da doença causada por
Cercospora coffeicola e também reduz eficientemente a mortalidade dos ramos
produtivos.


Adubo verde na linha do cafeeiro, ajuda na
melhoria da 
fertilidade  do sistema, baixa custos e melhora
produtividade.


Estudos do IAPAR, durante 8 anos, comparando
diferentes tipos de adubação mostraram que o uso exclusivo de leucena como adubo
verde aplicada ao solo como fonte de nutrientes, proporcionou ganhos
consideráveis de produção. Em relação à área não adubada – que representa a
produtividade média do pequeno cafeicultor (4-5 sacas/hectare), o aumento foi de
340%. Os dados do IAPAR (CHAVES, 2000a), mostraram que o adubo verde adicionou o
equivalente a 130 kg/ha de nitrogênio para o cafeeiro, o que resultou em um
aumento de produtividade superior a média brasileira que não passa de 12
sacas/ha. Ainda vale lembrar que o nitrogênio é o nutriente mais exigido pela
cultura e o mais caro. Por isso, a adubação verde contribui para tornar o
agricultor orgânico mais independente.


Alguns critérios devem ser observados para escolha dos adubos
verdes a serem utilizados, como: tipo de crescimento, característica da
cobertura e ciclo vegetativo do adubo verde. Plantas de crescimento rasteiro
(não trepadoras), cobertura densa e ciclo curto a mediano podem facilitar o
manejo e são mais desejáveis na produção orgânica. Veja na tabela 1, algumas
sugestões para utilização dos adubos verdes.




















SISTEMA DE PLANTIO
DO
CAFÉ


HÁBITO DE CRESCIMENTO DO ADUBO
VERDE


QUANDO UTILIZAR OS ADUBOS
VERDES


Tradicional (ruas
largas)


Rasteiro e semi erecto


Todos os anos


Medianamente adensado


Semi erecto e erecto


Nos 2 ou 3 primeiros
anos


Adensado


Erecto


Nos dois primeiros
anos


Segundo as pesquisas do IAPAR o ideal é plantar
simultaneamente nas linhas de café, adubo verde de ciclo curto (p. ex. mucuna
anã, crotalaria breviflora) com adubo verde de ciclo longo (p. ex. mucuna preta,
amendoim cavalo, guandu) invertendo-se a posição das espécies no ano seguinte.
Outra experiência que vem sendo utilizada na Estância Filgueira, no município de
Dois Córregos – SP, combina o plantio de dois ciclos de leguminosas (o primeiro,
no início das águas e o segundo, entre janeiro e fevereiro), associado com húmus
de minhoca na linha que não recebe adubo verde. Assim, depois da roçada, a linha
que estava com adubação verde irá receber o húmus de minhoca e
vice-versa.


Para equilibrar os outros elementos necessários à nutrição
do cafeeiro orgânico pode-se ainda utilizar fertilizantes minerais pouco
solúveis, de acordo com a análise de solo e da folha. Como corretivos de solo e
fonte de cálcio e magnésio, podem ser utilizados os calcários calcíticos e
magnesianos espalhados a lanço nas ruas em quantidades pequenas (até 1,5
ton/hectare) para evitar desequilíbrios nutricionais. Para suprir o fósforo os
fosfatos naturais de baixa solubilidade são uma boa alternativa. No caso do
potássio, além do uso da própria casca do café, que é rica em potássio, pode-se
utilizar cinzas vegetais que são uma excelente alternativa (foto ao
lado).


Algumas rochas minerais moídas fornecem vários elementos
simultaneamente, como é o caso pó de rocha MB4, que vem sendo utilizado com bons
resultados na lavoura cafeeira orgânica. No tocante aos microelementos, tem-se
procedido a sua utilização na forma quelatizada, por meio de fermentação da
matéria-prima em solução de água, esterco e aditivos energéticos. Formulações
caseiras como os biofertilizantes supermagro e biogel têm mostrado bons
resultados, por fortalecerem o equilíbrio da planta.


Foto: Fazenda Jacarandá, Machado/MG (Cláudio
Ushiwata)
Adubação do cafeeiro com casca de café, húmus e rochas
minerais


Fonte: Tulha – www.tulha.com.br

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