Chicago Mercantile Exchange compra a Chicago Board of Trade por US$ 8 bi
18/10/06 – Mercados mundiais passam por fusões à medida que os negócios se informatizam e os investidores tentam reduzir custos operacionais
DA BLOOMBERG
A CME (Chicago Mercantile Exchange), o maior mercado financeiro do mundo por valor de mercado, formalizou a compra da CBOT (Chicago Board of Trade), tradicional em mercadorias agropecuárias, por cerca de US$ 8 bilhões. A operação cria a maior Bolsa mundial de contratos futuros para ações, bônus, moedas e commodities.
Os acionistas receberão 0,3006 ação ordinária classe A da CME, ou aproximadamente US$ 151,27, para cada ação da CBOT-ou uma quantia correspondente em dinheiro, disseram as empresas, em comunicado.
A cifra corresponde a um ágio de aproximadamente 12% em relação ao preço de fechamento das ações ontem. A nova empresa, que se chamará CME Group Inc., terá 69% de seu capital controlado pelos acionistas da CME, o maior mercado de futuros dos EUA.
A tomada do controle acionário da CBOT pela CME encerra mais de um século de concorrência entre as duas Bolsas, que começaram negociando commodities e foram pioneiras nas transações com contratos futuros financeiros na década de 1970.
Os mercados mundiais vêm se fundindo à medida que as negociações se informatizam cada vez mais e os investidores tentam reduzir os custos envolvidos nas operações de compra e venda.
“Eles formaram uma Bolsa mundial que domina o mercado de futuros e, quando observamos sua posição competitiva, temos de dizer que eles estão muito bem posicionados”, disse Ryan Caldwell, analista da Waddell & Reed Financial Inc., de Overland Park, no Estado norte-americano do Kansas, que administra cerca de US$ 45 bilhões, entre os quais ações de ambas as Bolsas.
A empresa será dirigida por Craig Donohue, principal executivo da CME. Terrence A. Duffy, presidente do conselho administrativo da CME, será o presidente do conselho do CME Group. O presidente do conselho administrativo da CBOT, Charles P. Carey, ocupará o cargo de vice-presidente.
As transações mundiais de futuros mais que dobraram nos últimos r> cinco anos -passando a 3,96 bilhões de contratos em 2005-, estimuladas pelas operações eletrônicas que tornaram a compra e a venda de futuros mais acessível a um número maior de investidores e facilitaram as operações por meio de programas de computador. A fusão deve gerar lucro entre 12 e 18 meses após a conclusão da transação. As empresas estimam que a economia antes dos impostos gerada pela união chagará a mais de US$ 125 milhões e será observada no segundo ano completo após a finalização do negócio.