São Paulo, 27 – A presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato precisará aproximar o Brasil do comércio internacional se quiser estimular o crescimento do agronegócio, disse o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Ele destacou que hoje o País possui acordos internacionais com países que representam apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. “Se pudesse fazer apenas um pedido ao novo governo eu diria que o Brasil não pode continuar isolado”, disse o executivo à reportagem.
Para Turra, que foi ministro da Agricultura no governo Fernando Henrique Cardoso, diante do atraso para conclusão de um acordo entre Mercosul e União Europeia o governo federal deveria avançar em parcerias bilaterais. Segundo ele, acordos diretos com outros mercados possibilitariam ao País aumentar as suas exportações.
Na avaliação de Turra, o crescimento das exportações neste ano, especialmente no segmento de proteínas, é resultado principalmente da maior demanda da Rússia, após o governo de Moscou ter aplicado sanções aos Estados Unidos e à União Europeia. “Já o consumo interno vem apresentando uma desacelaração, em linha com o baixo crescimento do País, o que também será um desafio para o novo governo”, disse ele.
O executivo destacou, ainda, que a importância do agronegócio para a economia do País ficou clara ao longo da disputa presidencial. Turra diz esperar que o governo Dilma Rousseff atente para a necessidade de aumentar a competitividade do setor no cenário internacional. “O discurso (de Dilma) chamou particular atenção ao diálogo, em virtude até do próprio resultado das eleições. Isso é algo que realmente precisa ser aprofundado com todos os setores”, afirmou.
Fonte: Agência Estado