Os meios para se alcançar esse objetivo serão debatidos durante o 13º. Encafé, que acontece entre 16 e 20 de novembro próximo, no Hotel Blue Tree Park Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife, Pernambuco
A indústria de café brasileira vai propor aos demais setores do agronegócio café um conjunto de ações para elevar o consumo interno do produto das atuais 15,4 milhões de sacas para 21 milhões de sacas/ano até o final da próxima década. A proposta será debatida pela ABIC, entidade patronal que reúne as empresas torrefadoras nacionais, no 13º. Encafé, que acontece entre 16 e 20 de novembro, no Hotel Blue Tree Park Cabo de Santo Agostinho,em Pernambuco.
A proposta, bastante objetiva, segundo o presidente da ABIC, Guivan Bueno, se baseia em um arsenal de ferramentas, que compreende programas de melhoria da qualidade do produto final e campanhas de esclarecimento e incentivo ao consumo, algumas delas já em desenvolvimento. “Esse conjunto de ações explica porque o Brasil se destaca tanto em relação aos demais países quando a relação é a taxa de crescimento de consumo. Enquanto no Brasil os brasileiros consumiram quase 9% a mais em 2004, de acordo com pesquisa da ABIC, a taxa mundial é de em média 1,5% ao ano”, ressalta Bueno.
Qualidade, Inovação e Lucratividade, temas do encontro, são os vértices da proposta da entidade. “Melhorar a qualidade do produto é o principal fator para elevar o consumo”, afirma o presidente da ABIC. Nesse sentido, a continuidade e a intensificação do Programa de Qualidade do Café (PQC) é um dos eixos principais da proposta.
O PQC é desenvolvido desde 2004 e seu objetivo é melhorar a qualidade sensorial da bebida. Atualmente, existem vários programas de certificação dirigidos à cafeicultura, incluindo o Código 4C, que está sendo debatido pela comunidade cafeeira internacional, para dar sustentabilidade à produção. O PQC, por ser o único programa de certificação voltado para aperfeiçoar o café industrial, é inédito no mundo.
O segundo eixo da proposta da ABIC são as campanhas de esclarecimento para acabar com os preconceitos contra o café distribuindo informação atualizada sobre estudos e pesquisas a respeito dos benefícios da bebida para a saúde. Estão prontas para serem distribuídas aos médicos de todo o País três novas edições das “Cartas Médicas”, newsletter com informações dirigidas ao setor. Também se encontram em fase final de produção quatro filmes de curta duração, que serão distribuídos às indústrias associadas para exibição em canais de TV de suas regiões, e um folder sobre o assunto dirigido aos consumidores. Esse material faz parte de um programa de comunicação positiva e está sendo produzido com recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que disponibilizou US$ 2 milhões para esse tipo de atividade em 2005. Esses recursos somam-se aos US$ 300 mil que a ABIC tem disponíveis para investir neste ano e no primeiro semestre de 2006.
O terceiro item da proposta é o desenvolvimento do Plano de Marketing que em 2005 promoveu concursos de qualidade, campanhas e eventos de estímulo ao consumo como o Festival do Café no Inverno e o Dia Nacional do Café, atividades que voltarão a se repetir em redes de supermercados no próximo ano, em conjunto com entidades do setor. Ainda em 2005, o filme publicitário “Café, o Ritmo do Brasil”, será exibido pela televisão, em mídia nacional, no período de 20 a 27/11, e será distribuído para as indústrias associadas que queiram exibi-lo nas emissoras de suas regiões.
O quarto e o último item é o programa “Adote uma escola”, de educação para o consumo e a formação de novos consumidores, que será posto em prática em 2006. O programa está em fase final de planejamento e envolverá empresas e escolas, em suas localidades.
Todos os temas estão relacionados com o mote do encontro: “Qualidade, Inovação e Lucratividade”. Com base nesses três vetores – qualidade para incentivar o consumo; inovação para conquistar consumidores e lucratividade, para recuperar as margens de lucro, como instrumento para os investimentos-, que a ABIC pretende lançar as bases para o grande desafio de ampliar o consumo para 21 milhões de sacas anuais, até o final da década.