Conforme a pesquisa “Indicadores da Indústria de Café no Brasil”, realizada pela TNS InterScience e divulgada pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), a meta de 21 milhões de sacas consumidas em 2010 — proposta no ano de 2004 — ficou comprometida. Isso porque o consumo de 17,66 milhões de sacas este ano em 2008 (alta de 3,21%, aquém dos mais de 5,5% esperados) exigiria um crescimento de 19% no acumulado dos anos de 2009 e 2010, o que parece muito difícil de alcançar.
E, de acordo com a Abic, a dificuldade se baseia em duas razões principais, conforme descreve, abaixo, o BLOG DO CAFÉ:
1 — 97% dos brasileiros acima de 15 anos de idade já consomem café: Assim, as indústrias se vêem diante de um enorme desafio, o de saber como aumentar ainda mais a demanda. A resposta, conforme apontou a TNS InterScience, está em fazer com que as pessoas tomem mais xícaras de café por dia, alavancando a freqüência diária do consumo. E, para se conseguir isso, a pesquisa indica o lançamento de produtos diferenciados, com qualidade superior, e/ou de inovações no mercado, como cafés gelados e preparados prontos ao consumo. Outros pontos a serem considerados, ainda conforme a pesquisa “Indicadores da Indústria de Café no Brasil” são a popularização e a maior oferta de equipamentos a preços competitivos, como máquinas para café espresso (sachês e cápsulas) e sistemas combinados para café filtrado (máquina e café), para utilização em lares, escritórios, consultórios e academias.
2 — Atual situação econômica mundial:
“O consumo não deve cair em 2009, mas é justo que se espere uma redução na velocidade de crescimento em função dos efeitos da crise econômica atual”, projetou Almir José da Silva Filho (foto), presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café. Ainda de acordo com ele, tendo isso em vista, a meta para o consumo interno de 21 milhões de sacas fica prorrogada para o intervalo entre os anos de 2011 e 2012.
CONSUMO AQUÉM DO ESPERADO EM 2008 DIFICULTA META DE 21 MI/SCS EM 2010
A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) divulgou que o consumo de café no Brasil totalizou 17,66 milhões de sacas de 60 kg em 2008, volume que implicou uma alta de 3,21% sobre as 17,11 milhões de sacas consumidas em 2007. Mesmo tendo registrado crescimento, o consumo interno subiu aquém das expectativas do setor, que aguardava uma evolução superior a 5,5%, para 18,1 milhões de sacas. Segundo a Abic, apesar de o preço do produto não ter avançado, o consumo apresentou pequena ascensão nos primeiro e quarto trimestres do ano passado.
Em função desse resultado, a meta da Associação para o consumo de 21 milhões de sacas em 2010 ficou mais distante. “Com 17,66 milhões de sacas consumidas em 2008, o consumo da bebida teria que crescer 19% no acumulado de 2009 e 2010, o que parece ser difícil de ser alcançado”, argumentou a entidade, justificando que esse desafio é muito grande devido ao fato de o café já ser consumido por mais de 97% dos brasileiros com mais de 15 anos de idade.
Um outro ponto negativo para se alcançar a meta de 21 milhões de sacas, o que faria do Brasil o maior consumidor de café do mundo — nosso país já lidera a produção e a exportação do aromático —, é a atual situação econômica global. “O consumo não deve cair em 2009, mas é justo que se espere uma redução na velocidade do crescimento por causa dos efeitos da crise econômica. Assim, a Abic deverá rever a meta de 21 milhões de sacas para entre 2011 e 2012”, projetou o presidente da Associação, Almir Filho.
PEQUENAS X GRANDES — A pesquisa da Abic revelou, ainda, que a concentração no setor vem sendo acentuada, uma vez que as 10 maiores empresas associadas à entidade responderam por 71,87% da produção total em 2008, contra um percentual de 71,01 pontos no ano anterior. Já as outras 307 indústrias (menores) tiveram queda em sua participação, de 7,32% para 6,79%.