O brasileiro está tornando mais sofisticado o antigo hábito do cafezinho diário. Enquanto o consumo da bebida tradicional cresce, em média, 5% ao ano no país, a procura pelas versões de qualidade superior – os chamados cafés gourmets – aumentou em 15% no mesmo período, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Nem mesmo o preço, até 3 vezes superior que o do tradicional, deve inibir esse crescimento nos próximos anos, segundo o presidente da Abic, Nathan Herszkowicz. “Temos pesquisas que comprovam que a escolha do café se faz pela qualidade, e não pelo preço.” Os produtos especiais representam hoje 5% do volume total consumido no mercado nacional em 2005 – 15,5 milhões de sacas de 60 quilos. Cinthia Scheffer |
O brasileiro está tornando mais sofisticado o antigo hábito do cafezinho diário. Enquanto o consumo da bebida tradicional cresce, em média, 5% ao ano no país, a procura pelas versões de qualidade superior – os chamados cafés gourmets – aumentou em 15% no mesmo período, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Nem mesmo o preço, até 3 vezes superior que o do tradicional, deve inibir esse crescimento nos próximos anos, segundo o presidente da Abic, Nathan Herszkowicz. “Temos pesquisas que comprovam que a escolha do café se faz pela qualidade, e não pelo preço.” Os produtos especiais representam hoje 5% do volume total consumido no mercado nacional em 2005 – 15,5 milhões de sacas de 60 quilos.
A Abic aproveitou a 25.ª Mercosuper para lançar oficialmente o novo Programa de Qualidade do Café (PQC). A partir de agora, junto ao selo de qualidade, o produto nacional será dividido nas categorias tradicional, superior ou gourmet. Nas embalagens também haverá descrição dos grãos e do produto.
O PQC é uma espécie de programa de educação para o consumidor brasileiro, uma forma de ensiná-lo sobre as variedades de café e assim incentivar o consumo, a exemplo do que foi feito com a indústria de vinho. “O selo vai facilitar a escolha do produto e orientar aquele que não conhece as opções. Cada símbolo terá uma descrição completa das características do café. Desta forma, aos poucos ele será capaz de identificar se gosta de uma variedade leve ou incorpada, de sabor intenso ou suave, por exemplo.”
O programa original foi lançado em 2004 e atestou a qualidade (até então sem a diferenciação) de 145 marcas das cerca de 2 mil comercializadas no país. “O número ainda é pequeno porque o processo é complexo. Não é apenas uma avaliação sensorial. As indústrias passam também por uma auditoria técnica para avaliar as condições de higiene e a saúde financeira da empresa”, explica Herszkowicz.
A gerente de marketing do Café Damasco, Sandra Valenga, não tem dúvida de que este é um mercado promissor. “O aumento da qualidade do café já é percebido pelo consumidor, que aceita pagar mais por um café gourmet, diferenciado pelo sabor e aroma.” Segundo Sandra, a empresa pretende investir nesse segmento, sem deixar de lado seu carro-chefe, o café tradicional. “Nos próximos anos, o trabalho intenso das indústrias de café será em busca do jovem, que ainda não tem o hábito de consumir o café.”
Outro fator que tem colaborado para o incremento do mercado nacional é o consumo fora do lar. Segundo dados da Abic, de 2004 para 2005 o consumo em cafeterias ou outras lojas saltou de 4,47 milhões de sacas para 5,5 milhões.
A barista Georgia Franco de Souza, proprietária da marca Lucca Café Especiais, diz que a franquia é uma prova concreta desse aumento. Em quatro anos a primeira loja, instalada no Batel, ganhou a companhia de outras 3 na cidade e mais 4 no país. “Também estamos presentes em mais de 30 restaurantes e algumas empresas.”
Cinthia Scheffer