A Starbucks vai às compras

Rede de cafeterias, que acaba de abrir as portas no país, busca fornecedores nacionais

14 de março de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 14/03/2007 09:03:11 - PEGN - Pequenas Empresas Grandes Negócios

A REDE AMERICANA Starbucks, que inaugurou sua primeira unidade no Brasil em dezembro passado, traçou duas missões para 2007: abrir novas lojas (já são três, todas em São Paulo) e iniciar a construção de sua rede de fornecedores, que deverá substituir, gradualmente, os produtos e materiais importados. A estratégia gera inúmeras oportunidades de negócio para pequenas e médias empresas de vários ramos. A Starbucks precisa de copos, guardanapos, sanduíches doces, embalagens, uniformes e até móveis made in Brazil. O ritmo de crescimento da rede é que vai ditar a demanda.
O único produto que, sabe-se desde já, não deixará de ser importado de Seattle, nos Estados Unidos, é o café servido nas lojas. É a cidade onde está a sede da Starbucks e é lá que são torrados e misturados grãos comprados de produtores de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. A mistura de diferentes grãos resulta num blend exclusivo, que a rede faz questão de manter em sigilo. Afora o café, tudo o mais será nacionalizado. Para alguns itens, como a tampa plástica usada nos copos descartáveis, a Starbucks terá de desenvolver fornecedores locais. A peça possui um design especial, com um orifício que permite que se beba o café quente através da tampa.
A rede seguirá assim os passos já trilhados por outras marcas, como o McDonalds, que chegou ao Brasil nos anos 70 e precisou desenvolver fornecedores até mesmo para os hambúrgueres e para a alface americana, até então inexistente no país. “As oportunidades são incontáveis para os potenciais parceiros da Starbucks”, diz Maria Luisa Rodenbeck, empresária responsável por trazer a marca ao Brasil. Maria Luisa sabe o que diz, não só por estar no comando da operação brasileira, mas por ser mulher de Peter Rodenbeck, o empresário que trouxe o McDonalds e o Outback para o país.
Quem pretende se candidatar, deve saber que a Starbucks valoriza os fornecedores que estejam alinhados com seu conceito de responsabilidade social. Fundada em 1971 nos Estados Unidos por Howard Schutz e com 11.000 unidades ao redor do mundo, a rede patrocina programas sociais e incentiva esforços para a redução do impacto ambiental de suas ações. No momento, a rede desenvolve o Código de Conduta de Fornecedores. “Vamos trabalhar com pequenas empresas que atuem com responsabilidade social, ética e transparência”, afirma Maria Luisa.
Um exemplo de fornecedor brasileiro que passou no crivo da rede é a fábrica de doces Di Norma, do Rio de Janeiro. Fundada e dirigida pela carioca Norma Matheson, a empresa produz as guloseimas do cardápio nacional, como a mousse de limão siciliano e o creme de baunilha crocante. “O processo de seleção foi rigoroso e incluiu até visita à minha fábrica”, conta Norma. Pesou a favor o fato de ela contratar para trabalhar na empresa deficientes auditivos e visuais e de pagar a faculdade de funcionários. Norma confessa que ficou emocionada ao ser informada de sua aprovação como fornecedora. “Agora, pretendo crescer com a rede em todo o país”, diz.
RICARDO OSMAN

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