Com tanto trabalho, as contratações estão em alta
21/05/2010
Pés carregados, lavoura movimentada. Numa fazenda em Três Pontas a colheita começou há 15 dias, uma parte é mecanizada e na outra, 50 trabalhadores apanham o café. Oportunidade que apareceu antes do previsto para o lavrador Divino José Barbosa: \”É bom para nós e para os fazendeiros, quanto mais é colhido é melhor\”, diz Divino.
A expectativa de alguns produtores é colher 6 mil sacas. Para não correr riscos, a colheita foi antecipada.
\”Por causa do ano passado por problemas de muita chuva, na colheita, nós chegamos a ter um prejuízo muito grande com a qualidade do café, chegava ao final da safra colhendo cafés podres. Por isso optamos esse ano colher um pouco mais verde, mas aferindo uma qualidade.\”, diz o produtor Eric Miranda Abreu.
Segundo o agrônomo Roberto Felicori, o excesso de chuva no ano passado provocou diferentes estágios na maturação do fruto: \”Nós tivemos várias floradas, têm locais que ocorreram até seis floradas. A gente tem que iniciar a colheita nos pontos de café que estão mais maduros, evitando colher o verde, e fazer algum processo de colheita seletiva, a máquina colhe ou o próprio produtor, com a mão de obra\”, diz Felicori.
Numa fazenda, em Carmo da cachoeira, os lavradores também trabalham desde meados do mês passado. A área foi aumentada em 55 hectares, em relação a 2009.
\”Optamos por renovar para buscar uma melhor mecanização devido ao alto custo de mão de obra. Estamos com uma expectativa que este ano tenhamos uma boa safra e que o preço nos ajude\”, diz o administrador da fazenda Ricardo de Oliveira
O auxiliar de armazém Vitor de Brito diz que com o início da colheita o movimento já é grande nos armazéns. O armazém onde ele trabalha recebe por dia mil sacas em média e já contratou 48 homens.
Os carregamentos não param de chegar, e outros vinte funcionários devem ser admitidos.
\”A expectativa de agora pra frente é de aumentar a chegada do café no armazém. Em média pode chegar de 13 mil a 15 mil sacas por dia\”, afirma Brito
A estimativa da CONAB, COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, é de que o Brasil deve ter, esse ano, a segunda maior produção da história, desde 1961, 47 milhões de sacas.
\”Poderíamos ter uma produção boa, inclusive até poderia superar o record da safra 2002/2003, mas na segunda quinzena de Dezembro, até meados de Março, ocorreu a estiagem em Espírito Santo, Bahia e parte de Minas Gerais. Nesta safra agora, estamos com quatro e meio por cento a cima da última safra de 2008, que foi um ano de alta produção, como agora\”, diz o técnico de planejamento da CONAB, Eledon Pereira.