Mariana Marcial de Almeida / Estado de MInas
Publicação: 19/11/2013 04:00
Bruno Souza vem de família produtora e está à frente da Academia do Café desde 2011 |
O café é o ouro mineiro e um dos ícones da gastronomia do estado. Além de ser importante em nossa economia, é bem apreciado no dia a dia, pois mineiro que se preze não dispensa um cafezinho, de preferência aqueles coados na hora. Encontramos em Belo Horizonte um especialista da bebida que conta tudo sobre ela. Bruno Souza é da quarta geração de uma família produtora de café e em 2002 fez uma viagem para os Estados Unidos e percebeu a importância do café brasileiro no exterior. Pensando em valorizar mais o produto nacional, Bruno iniciou em 2011 a Academia do Café, que reúne todos os equipamentos e informações necessárias aos profissionais, comerciantes e amantes da bebida. Ele conta que é fundamental para que um café seja de altíssima qualidade um trato apurado com a colheita, secagem, armazenagem, moagem e extração. “O café é uma ciência e exige estudo, pesquisa e método para avaliar corretamente as características de cada um”, diz. Ele conta que, desde os frutos verdes até a prova, são muitos os fatores envolvidos para que a bebida seja de qualidade. E que somente com muita disciplina para treinar o paladar é possível que o profissional do café identifique a boas e más qualidades da bebida.
Somente no decorrer deste ano, Bruno disse que experimentou mais de 1,2 mil amostras de café. E que, entre elas, somente sete foram escolhidas para serem comercializas na Academia do Café. Esse nível de exigência é construído de acordo com uma pontuação em que cafés com mais de 84 pontos são considerados especiais e aqueles acima de 90 pontos obtêm preços que chegam a US$ 6 mil a saca, uma enorme diferença, já que a cotação básica do mercado é próxima de R$ 220.
Segundo o especialista, Minas Gerais é o melhor produtor do Brasil e só não é sozinho o melhor produtor do mundo por questões de cultura, pois infelizmente muitas vezes os produtores de café não sabem o produto que têm nas mãos. Sobre as regiões produtoras, ele destaca o Chapadão de Ferro de Patrocínio, área de cerrado, onde um vulcão extinto a 1.260 metros de altitude proporciona boas condições para uma produção de alta qualidade.
Outro destaque está na Serra do Caparaó, em Espera Feliz, e no Sul de Minas, em Poço Fundo, na região próxima de Machado. E também em Carmo de Minas, na Serra da Mantiqueira. Uma viagem esclarecedora sobre o café é feita com maestria na Academia, sempre guiada pelas informações e causos animados de Bruno. É um verdadeiro roteiro do café, bem aqui na capital mineira, ao alcance dos amantes da bebida.