A Revolução na Qualidade do Café do Brasil é tema central do 8º Agrocafé

O painel ministrado por Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café(ABIC), Márcio Milan, diretor do Grupo Pão de Açúcar e vice-presidente da Associação dos Supermercados do Brasil (Abras) e Eduardo Sampaio, representante da certificação Utz Kapeh, no Brasil.


Esta semana a Bahia se rende aos sabores do café. É que iniciou na manhã desta segunda feira, mais uma edição do Agrocafé – Simpósio Nacional do Agronegócio Café. Integrantes do setor cafeeiro nas diversas áreas de atuação e interesse estão reunidos no Hotel Pestana, em Salvador (BA). O tema central desta edição é a “Revolução na Qualidade do Café do Brasil”, abordado por Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café(ABIC), Márcio Milan, diretor do Grupo Pão de Açúcar e vice-presidente da Associação dos Supermercados do Brasil (Abras) e Eduardo Sampaio, representante da certificação Utz Kapeh, no Brasil.
Milan, que foi o grande responsável pelo novo trabalho de café desenvolvido pelo grupo Pão de Açúcar, falou para a cadeia produtiva como um todo sobre as inovações desenvolvidas pela rede desde janeiro de 2004. Segundo ele, o Pão de Açúcar, em parceria com a Abic e a partir da contratação de uma cafeóloga, a Eliana Relvas, desenvolveu inúmeras mudanças no setor de café de seus supermercados. “Nos mudamos nossa comunicação com o consumidor, colocando os cafés em gôndolas interativas. No primeiro momento eles perceberam a diferença de preço, mas não conseguiam notar a diferença na qualidade, por isso passamos então a fazer palestras com nossos clientes mostrando a importância de consumir um bom café. Além disso, treinamos nossos funcionários dando a eles uma capacitação e a diferenciação do que é um café de qualidade. Através deste estudo, eles conheceram todo o processo, desde o cultivo, a colheita, o beneficiamento, até a industrialização. Hoje a capacitação de pessoal vai além, formando entre nossos colaboradores baristas, para que eles possam dar ao consumidor não somente informações sobre o processo de produção, como também o ensinar a consumir o produto em várias situações”, destaca o palestrante.
Eduardo Sampaio falou sobre o que mudou na fazenda nos últimos anos, do ponto de vista de qualidade. Ele apresentou um resumo sobre a revolução em todos os processos, desde o cultivo, passando pelo processamento e vendas, que, segundo ele, também foi difundido junto ao setor de torrefação e supermercados, vistos no primeiro painel do evento. “Nós respondemos a muitas ameaças que tivemos desde 1994 entre elas nos preços, conquistas de mercado, principalmente na área de produção, onde foi implantado a metodologia dos ‘seres’ descascados, a consolidação do conceito de homogeneização, rastreabilidade. Estes métodos foram muito bem estudados e implementados pelos produtores, o interessante que esta evolução foi realizada em equipe através de uma interação com os outros setores do agronegócio café, principalmente a torrefação e o varejo”, ressalta Sampaio.  
“O tema do oitavo Agrocafé, a Revolução na Qualidade do Café do Brasil é um tema extremante apaixonante, porque nos vivemos uma época que eu chamo de década magia, ou seja, dez anos de realizações importantes como o aumento da produção, da qualidade, de ampliação da exportação, do aumento do consumo, mas, sobretudo de melhora incrível na qualidade do café”, afirma Nathan Herszkowicz, que abriu o painel de abertura. “A Abic entende que a qualidade é a alavanca do consumo. Quanto mais agente acreditar que o consumidor ao receber um café de melhor qualidade consome mais café, mais nos estaremos investindo na sobrevivência da industria, dos produtores e seus negócios, portanto qualidade do café é um tema permanente e que deve ser observado todos os dias”, completa. O diretor-executivo da Abic falou também sobre a importância dos concursos de qualidade e destacou os principais realizados no país. Para ele, os concursos representam o emprego de técnicas melhores, maior conhecimento sobre café, evolução e transformação de regiões produtoras, mais especialistas, o envolvimento das indústrias e do varejo, prazer, interesse e curiosidade dos consumidores. “Isso traduz na maturidade do mercado e conseqüentemente aumenta-se o consumo”, informa Herszkowicz.
O presidente da Abic, em sua palestra, enfatizou a evolução no consumo interno de café nos últimos 17 anos. “Em menos de 20 anos o consumo de café quase dobrou. Em 1990, consumíamos 8,2 milhões de sacas, em 2006 este número ultrapassou a casa das 16 milhões de sacas, ou seja, quase 50% de nossa produção”, ressalta.
Para ele, o grande desafio é dar continuidade aos esforços relacionados à qualidade do produto (manutenção) que interfere no ‘sabor e aroma’ elementos importantes para estimular ou manter a intensidade de consumo e atrair novos Consumidores. “Continua o conceito de Qualidade, entendida pelos consumidores como pureza, sabor e aroma. A certificação também deve continuar sendo enfatizada e divulgada”, completa.
O evento é uma realização da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (AIBA) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB).


Programação
Às 14h00 Linneu Carlos da Costa Lima, Secretário de Produção e Agroenergia do MAPA coordena o painel ‘Cafeicultura nos dias de hoje’, que contará com os com a presença do Secretário Estaduais de Agricultura da Bahia, Geraldo Simões de Oliveira.
Às 16h00 Vilmondes Olegário da Silva e Mauricio Miarelli apresentam o tema “Recuperação de Renda do Produtor”. Na mesma palestra, José Braz Matiello fala sobre novas práticas e Fabio Moreira Silva sobre mecanização.


Premiação
Dentro da programação da oitava edição do Agrocafé, acontece a solenidade de Premiação aos que mais se destacaram no setor do Agronegócio Café, em destaque para exportação na Bahia, produção e industria na Bahia e no Brasil.

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