A onda dos defensivos sem química

25 de novembro de 2005 | Sem comentários Café Orgânico Produção
Por: Gazeta Mercantil

São Paulo, 25 de Novembro de 2005 – A americana AgraQuest chega com defensivos naturais à base de microorganismos. A americana AgraQuest, fabricante de defensivos biológicos – à base de microorganismos -, quer desembarcar no Brasil nos próximos anos, com o lançamento do fungicida Sonata e do fungicida e bactericida Serenade. “Será um marco para o desenvolvimento da empresa, devido à importância da agricultura brasileira no mundo”, conta a presidente da AgraQuest, Pámela Marrone.

A AgraQuest pretende fornecer defensivos para a agricultura orgânica e convencional do País. “Há uma onda verde chegando a toda a América Latina. Os exportadores estão mais conscientes das exigências internacionais de qualidade em relação a resíduos químicos”, diz. O mercado de defensivos movimentou US$ 4,4 bilhões no Brasil em 2004, segundo a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

No segmento de defensivos biológicos, há registrados no Brasil apenas inseticidas produzidos a partir de fungos, de acordo com o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag), José Roberto Da Ros. “Os fungicidas e bactericidas biológicos estão em fase de pesquisa em universidades que trabalham com controle de pragas e ainda não foram registrados”, diz Da Ros.

A expectativa da AgraQuest é faturar US$ 25 milhões no Brasil a partir do terceiro ano de operação. Soja, café, citros, banana e tabaco são as principais culturas que a empresa quer atender. Segundo Pámela, o Brasil poderá se tornar o maior mercado dos produtos da AgraQuest fora dos Estados Unidos. “Quando penso no País, me lembro das enormes propriedades de soja e da ferrugem asiática”, diz a executiva.

Desde outubro, a AgraQuest solicitou o Registro Especial Temporário (RET) do Sonata e do Serenade ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A AgraQuest espera que o RET seja liberado em até oito meses. Com o registro temporário, poderão ser importadas amostras dos defensivos para testes toxicológicos e estudos de campo. O registro definitivo dos produtos sai, em média, dois anos após o temporário. A Activa BR Consultoria em Registros e Marketing Ltda está responsável pelo processo de obtenção dos registros. Os investimentos para registrar os produtos, dar suporte aos testes e criar a AgraQuest do Brasil, subsidiária da americana no País, somam US$ 500 mil e já começam a ser desembolsados.

Produzidos no México, os defensivos da AgraQuest serão importados pela Bio Controle, empresa de produtos biológicos para manejo. Segundo o sócio-proprietário da Bio Controle, Ari Gitz, a produtividade e preço de defensivos biológicos são semelhantes aos de pesticidas convencionais de primeira linha.

Com atuação em 17 países, a AgraQuest estima receita global de US$ 10 milhões este ano. “Em cinco anos, esperamos estar presentes em 30 países e faturar US$ 100 milhões”, diz Pámela. Nos últimos cinco anos, a empresa registrou crescimento anual médio de 94%.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)

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