03/04/2009 – Importadores e torrefadores dos EUA estão preocupados com a possibilidade de não conseguir comprar cafés etíopes da localidade desejada no próximo leilão.
O sistema, fiscalizado pela Bolsa de Commodities da Etiópia, mistura cafés de diferentes produtores antes de vendê-los, o que prejudica torrefadoras especializadas que preferem grãos de algumas regiões.
O novo sistema de leilão é muito pouco entendível, disse Craig Holt, importador de café de Seattle. O que eles sabem com certeza é que não conseguem os tipos de café desejáveis, sendo que alguns não conseguem nem sequer um tipo. Há registros de grandes atrasos no recebimento das importações, segundo relata o presidente da Royal Coffee, Robert Fulmer.
Na semana passada, o governo etíope fechou seis depósitos acusados de realizar estocagem de café e contribuir com a queda na entrada de divisas estrangeiras no país. Com isso, houve a divulgação de que o governo começaria a exportar café.
As mudanças não afetarão a Starbucks, disse um porta-voz. A empresa compra café diretamente da bolsa e de união de cooperativas de países produtores.
Os EUA importam de 5,45 milhões a 6,8 milhões de quilos de café anualmente, menos de 5% do total de café exportado pela Etiópia. O Japão é o maior importador de café etíope, com o volume de importações que chega a cerca de 30 milhões de quilos, segundo a Associação de Cafés Especiais da América.
A nova Bolsa da Etiópia estima que os cafés especiais representem cerca de 3,7% das exportações de café. Esse segmento inclui os produtos comprados por torrefadoras e importadores diretamente com os produtores de café.
A Bolsa afirmou em dezembro que pode moldar as especificações geográficas e outros critérios que indiquem a qualidade do café. Para questões de posteriores rastreabilidade do produto, “pode-se usar o canal direto de exportações com os produtores”, disse o governo.