A evolução do Agronegócio Café em 2005 e perspectivas para 2006

INFORMATIVO N.º 001
ESCRITÓRIO DE APOIO AO AGRONEGÓCIO CAFÉ

2 de janeiro de 2006 | Sem comentários Comércio Mercado Interno

O Agronegócio Café do Brasil obteve importantes conquistas no ano que se findou.
Os produtores avançaram no incremento da qualidade, dos processos de
certificação e rastreabilidade. Embora ainda seja pequeno, o universo de
produtores brasileiros, que se beneficiam destes processos, ele vem crescendo a
cada ano.

A indústria e o comércio exportador foram parceiros dos produtores que
buscaram a qualidade. A Abic criou o Programa de Qualidade do Café-PQC, que
completou um ano com mais de 110 marcas certificadas, incentivando indústrias,
varejistas e consumidores a procurarem consumir os melhores cafés. E o setor
exportador tem feito um importante trabalho no mercado internacional, mostrando
e valorizando as diferentes qualidades produzidas no Brasil. Já a indústria de
solúvel terá um grande desafio pela frente para continuar a expansão crescente
que vem obtendo em suas vendas no mercado externo: a União Européia pretende
neste ano voltar a taxar todas as exportações de café brasileiro em 9%.

Do lado do setor público, destacamos as importantes contribuições que o
Governo de Minas Gerais proporcionou ao setor com destaque para a criação do
Centro de Inteligência do Café – CIC. Transformar o grande volume de informações
disponíveis no Mercado em conhecimento, que irá se traduzir em estratégias e
oportunidades para nosso Agronegócio – este desafio começa a se concretizar com
as primeiras reuniões do CIC, realizadas em setembro e dezembro de 2005. O
Governador Aécio Neves teve também participação importante no encaminhamento do
Aviso Ministerial n° 557/GM-MAPA, expedido pelo Ministro da Agricultura no dia
01/12/2005 para o Ministro do Planejamento, solicitando a manutenção dos imóveis
do extinto IBC para o setor, conforme determina a Proposta de Fiscalização e
Controle 09, de nossa autoria, aprovada por unanimidade pela Câmara dos
Deputados e pelo CDPC.

Por parte do Governo Federal, houve um grande empenho em viabilizar a segunda
Conferência Internacional do Café em Salvador – BA, na qual cenários e novas
estratégias começaram a ser desenhadas. Ficou patente também para todos que
participaram que as antigas políticas de criação de impostos aos produtores para
realimentarem Fundos não fazem mais nenhum sentido atualmente, sob pena de
perdermos nossa competitividade e incentivarmos produção em nossos concorrentes.
Apesar do forte contingenciamento sofrido no orçamento, o DECAF conseguiu
liberar recursos para financiamentos de colheita no primeiro semestre e de
custeio no final do ano, também tendo alocado recursos para continuidade dos
Programas de pesquisa e de marketing.

As cotações no Mercado continuaram a se recuperar e só não foram melhores
devido à supervalorização de nossa moeda em relação ao câmbio internacional.
Apesar disso, os produtores tiveram momentos de bons preços no primeiro
semestre, que muitos souberam aproveitar com venda do produto físico e de CPR’s.
No segundo semestre o mercado cedeu com a entrada da safra nova e com
especulações sobre a produção brasileira de 2006. A situação só não foi pior,
porque os cafeicultores conseguiram administrar bem suas vendas, forçando a
redução dos diferenciais (descontos) praticados contra o café brasileiro em
relação aos contratos futuros da Bolsa de NY. Enquanto tínhamos 20 dólares de
desconto no início do ano, este número baixou para 5 no final, o que atenuou um
pouco a valorização do real.

Este fato nos leva a refletir qual será a melhor política para administração
da oferta em 2006. O mercado nos mostrou que a oferta administrada com
competência pelos produtores se traduziu em menores descontos e melhores preços.
Assim sendo, acreditamos que a ação mais eficaz dentre as possíveis de serem
realizadas, será o mercado de opções, além de um consistente programa de
financiamento para a safra a ser colhida, com maiores valores financiados por
saca para os produtores, liberação dos limites individuais e prazo de 18 meses
para o reembolso. Com isso, a oferta será deslocada do seu período de maior
pressão na colheita deste ano, para o período de maior escassez que deverá
ocorrer no primeiro semestre de 2008, proporcionando assim bons preços aos
cafeicultores e diminuindo os extremos de baixos e altos preços no mercado,
garantindo um fluxo de comercialização mais estável para os demais agentes da
cadeia Café.

Finalizando, queremos reforçar nosso compromisso com a Cadeia Café, apoiando
os cafeicultores e demais agentes de nosso Agronegócio, buscando seu
desenvolvimento através da garantia de renda dos cafeicultores e de condições
adequadas para o abastecimento e comercialização da indústria e do setor
exportador, proporcionando a manutenção do emprego e o sustento de mais de 8
milhões de brasileiros que dependem da atividade cafeeira. Para isto,
continuaremos participando ativamente das reuniões do Conselho Deliberativo da
Política do Café – CDPC, apoiando as decisões que ali forem tomadas para que
tenham efeito.

Desta forma estaremos, em 2006, trabalhando juntos para construirmos uma
sociedade mais justa, fraterna e feliz.

Brasília, 02 de janeiro de 2006.

Deputado Federal SILAS BRASILEIRO
Secretário de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento

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