Danielly Crocco Quando falamos sobre sustentabilidade, automaticamente pensamos em meio ambiente.
Sustentabilidade tem, sim, conexão com meio ambiente, mas vai muito além. Ser sustentável está relacionado a permitir que toda a sociedade melhore seu patamar de bem-estar e consumo, sem comprometer as gerações futuras. Com isso, dizemos que a sustentabilidade se divide em um tripé composto pelos vieses econômico, social e ambiental.
Este é um tema em alta: preocupação com o lixo que produzimos e o destino que damos a ele, aquecimento global, recursos hídricos, pobreza, poluição e uma população que não para de crescer. Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, a população mundial era formada por 7,6 bilhões de pessoas, e a expectativa é que este número cresça para 8,6 bilhões em 2030. Ou seja, um aumento de 1 bilhão de habitantes em 13 anos. Também em 2030, a ONU prevê que a sociedade precisará de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia.
Estes temas geram preocupação em todos os setores da indústria e com a agricultura não poderia ser diferente. Neste contexto, “equilíbrio” é a chave para termos um planeta melhor. Devemos pensar, investir e agir, tendo como foco o uso responsável e consciente dos recursos naturais, agregando valor aos nossos produtos, reforçando os laços com nossos parceiros e clientes e respeitando as comunidades em que atuamos.
Pensando nisso de forma integrada, chegamos ao ponto central do texto. Qual é a contribuição da agricultura para ajudar a melhorar esses aspectos e tornar o planeta melhor? Qual é a participação do agronegócio?
Muito além de manter boas práticas agrícolas, a indústria ajuda a entregar mais produtividade, com soluções que permitem aos agricultores utilizarem espaços de terra menores, menos água e energia, respeitando a biodiversidade e reduzindo desperdícios – esse é o conceito de agricultura moderna, pautada em tecnologia digital no campo e uso de biotecnologia. Podemos citar como exemplo os transgênicos que, adaptados às necessidades e particularidades de cada região do Brasil, ajudam a potencializar a produção, resultando em colheitas melhores, com mais alimentos disponíveis e respeitando a segurança alimentar e nutricional.
Uma das formas utilizadas pelos agricultores para lidar com os desafios de administrar os problemas hídricos que afetam suas lavouras, por exemplo, é o plantio de sementes tolerantes à seca – o que se tornou possível graças aos avanços do melhoramento genético de plantas e da biotecnologia. Em regiões onde a irrigação não é possível, essas sementes permitem que as culturas resistam melhor ao estresse causado pelas chuvas limitadas e irregulares. Outros exemplos são o plantio direto (sistema de manejo do solo em que a palha e restos de outras culturas são mantidos no solo para sua preservação) e a agricultura de conservação (utilizar o solo, procurando manter ou melhorar sua fertilidade, de modo a manter sua composição, estrutura e biodiversidade natural).
Essas ações são excelentes exemplos das práticas sustentáveis que os agricultores adotam em suas fazendas para cuidar melhor da terra e do alimento que dela sai. Porém, precisamos ter em mente que um planeta sustentável precisa de ações globais e de colaboração para equilibrar os aspectos “social, econômico e ambiental”, e que cada um de nós pode e precisa fazer a sua parte.
* Danielly Crocco é formada em Comércio Exterior, certificada pelo Lean Six Sigma Master Black Belt e líder de Sustentabilidade e Responsabilidade Social da Bayer para América do Sul.