BREVE HISTÓRICO DO CAFÉ ARÁBICA NO ESPÍRITO SANTO
A cafeicultura de arábica no Estado do Espírito Santo teve seu início na segunda década do século XIX, consolidando-se como importante elo da economia capixaba a partir de 1850 com o advento da imigração italiana e alemã.
Inicialmente plantada no sul do Estado e região centro serrana, a partir de 1920 expandiu-se também para o norte do Rio Doce, ocupando áreas recém desbravadas da Mata Atlântica..
Até o ano de 1962, o café arábica foi o senhor absoluto da economia estadual ocupando mais de 500 mil hectares.
A partir dessa época, os solos com café começaram a apresentar sinais de exaustão que foram agravados com o surgimento da “ferrugem”, doença até então inexistente em território brasileiro.
No bojo desta imensa crise setorial, o Governo Federal lançou o plano de erradicação dos cafezais que acabou atingindo 53% da área de café no Espírito Santo (1962 – 1970).
A partir daí, o plano de revigoramento dos cafezais passou, paulatinamente, à implantação de uma cafeicultura moderna de arábica, que acabou confinada à região de montanhas.
Para as regiões abaixo de 400 metros surgiu a cafeicultura de conilon.
BREVE HISTÓRICO DO CONILON NO ESPÍRITO SANTO
Com o advento do Plano de Erradicação dos cafezais levado a termo pelo Governo Federal, o Estado do Espírito Santo viu reduzida sua área plantada com café em 53 %, com graves reflexos sociais e econômicos.
Nesta época a maioria esmagadora das lavouras de café, em todo o Estado, era de café arábica. Na impossibilidade de replantá-lo, eis que surge como alternativa o café conilon / robusta, que naquela época possuía pequena lavoura implantada na Fazenda Monte Líbano, em Cachoeiro de Itapemirim, pelo Governo Estadual de Jerônimo Monteiro (1912 – 1916).
As primeiras sementes de conilon, provenientes de Cachoeiro de Itapemirim, foram levadas para a Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa. Posteriormente foram levadas, tanto de Cachoeiro de Itapemirim como de Santa Teresa, para São Gabriel da Palha pelo Sr. Ernesto Caetano e plantadas nas propriedades dos Srs. Moisés Colombi e Arcanjo Lorenzoni.
Tendo como Prefeito Municipal o Dr. Dário Martinelli e extensionista da antiga ACARES o Eng. Agrº Ailton Vargas de Souza, em 1971 iniciou-se os plantios comerciais de conilon com sementes das propriedades acima mencionadas e em pouco tempo o conilon, apesar de toda resistência oficial para o seu plantio, começou a ocupar os espaços deixados pelo arábica, trazendo esperança a uma região desolada. É importante mencionar-se a continuidade e o aprofundamento dos trabalhos de expanção do plantio com o apoio do Prefeito Eduardo Glazar sucessor do Dr. Dário Martinelli.
Na esteira desse crescente avanço surgiu o vigoroso empreendimento da REAL CAFÉ SOLÚVEL que veio consolidar em definitivo a presença do conilon em terras capixabas.
Posteriormente, com a significativa evolução da cafeicultura de conilon, o IBC, através do Eng. Agrº Adelso José Paulino, iniciou pesquisas para introdução da reprodução vegetativa (estacas) com resultados extremamente satisfatórios, dando ensejo para o surgimento da Verdebrás Biotecnologia que, com o arrojo dos irmãos Vanderlino Bastos e Eumail de Medeiros Bastos, iniciou a produção comercial das mudas clonais, ensejando o surgimento de verdadeira revolução tecnológica do setor.
Em seguida, a então EMCAPA, com seus pesquisadores, iniciou a seleção dos melhores materiais genéticos em todo o norte do Estado culminando com o lançamento de variedades clonais aptas a altas produtividades e de maturação diferenciada.
POSIÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
É o 2º maior produtor de café do Brasil, com cerca de 25% da produção nacional.
Os cafés de montanha do Espírito Santo, hoje, ocupam destaque em termos de qualidade de bebida, deixando de ser apenas produtor de bebida “rio zona”. Hoje, mais de 30% dos cafés arábica do Espírito Santo são de bebida “dura para melhor”.
Na área do conilon, já trabalhamos, mas estamos para definição de um padrão de bebida para o conilon, que vem tendo uma significativa melhoria de qualidade.
DESTINO DOS CAFÉS DO ESPÍRITO SANTO
ARÁBICA:
70% – Exportado
30% – Mercado interno
CONILON:
30% – Exportado
70% – Mercado interno
PRINCIPAIS DESTINOS:
Estados Unidos
Eslovênia
Alemanha
Países da Região do Mediterrâneo
Argentina
CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
TOTAL DE PROPRIEDADES RURAIS: 82.400
PARTICIPAÇÃO DE PROPRIEDADES COM CAFÉ : 68,16%
1 – PROPORÇÃO ARÁBICA/CONILON
ESPÉCIE | PROPRIEDADES COM CAFÉ | PARTICIPAÇÃO(%) |
ARÁBICA | 22.713 | 40,43 |
CONILON | 33.456 | 59,57 |
TOTAL | 56.169 | 100,00 |
2 – TAMANHO MÉDIO DAS LAVOURAS DE CAFÉ (ARÁBICA E CONILON)
ESPÉCIE
| ÁREA(ha) | PROPRIEDADES COM CAFÉ | ÁREA MÉDIA (ha) |
ARÁBICA | 197.110 | 22.713 | 8,65 |
CONILON | 329.700 | 33.456 | 9,85 |
TOTAL | 526.810 | 56.169 | 9,37 |
3 – EVOLUÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO
ESPÉCIE | IDADE DO PARQUE CAFEEIRO | ÁREA (ha) | Nº COVAS | DENSIDADE(P/ha) | PARTIC. |
ARÁBICA | Até 01 ano De 01 a 2,5 anos Em Produção | 14.500 20.850 161.760 | 46.700.000 59.200.000 280.000.000 | 3.220 2.839 1.730 | 7,35 10,57 82,08 |
TOTAL | 197.110 | 385.900.000 | 1.958 | 100,00 | |
CONILON | Até 01 ano De 01 a 2,5 anos Em Produção | 18.900 21.600 289.200 | 39.520.000 43.670.000 465.900.000 | 2.091 2.021 1.611 | 5,74 6,44 87,72 |
TOTAL | 329.700 | 549.090.000 | 1.665 | 100,00 |
SAFRA | PRODUÇÃO (Sacas de 60 kg) | ||
CONILON | ARÁBICA | TOTAL | |
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 | 2.410.000 2.825.000 2.035.000 1.503.000 3.283.000 2.435.000 3.002.000 2.694.000 4.036.000 5.930.000 7.250.000 5.820.000 5.500.000 | 980.000 895.000 1.573.000 847.000 1.687.000 992.000 2.068.000 1.792.000 2.215.000 1.960.000 2.630.000 1.440.000 2.120.000 | 3.390.000 3.720.000 3.608.000 2.350.000 4.970.000 3.427.000 5.070.000 4.486.000 6.251.000 7.890.000 9.880.000 7.260.000 7.620.000 |
CONJUNTURA SÓCIO/ECONÔMICA DA CAFEICULTURA CAPIXABA