Itamaraty volta às origens para crescer

Data Publicação: 28/03/07

Por: GAZETA MERCANTIL

A Itamaraty, de Rolândia, norte do Paraná, nasceu e cresceu à sombra do café na década de 60, quando foi fundada pelos irmãos José Carlos e Júlio Marino a partir de um negócio de exportação de café verde. Em 1976, a empresa entrou na indústria, instalando uma torrefação e, em 1983, chegou mesmo a introduzir novos conceitos com o lançamento, ao mesmo tempo da multinacional Melitta, do café embalado a vácuo e do sistema de filtro de papel e utilitários. Isso tornou a marca bastante conhecida, principalmente no Sul do País. Nos anos 90 a empresa entrou no ramo private label de café e na produção de biscoitos, uma idéia que começou com a importação de bolachas da Argentina. O negócio deu tão certo que o café ficou em segundo plano, ao ponto de, em 1999, a empresa parar com a lucrativa prestação de serviços para terceiros. Resultado: hoje os biscoitos respondem por 80% do faturamento da empresa e o café por 20%.


Com o aparecimento de um novo mercado, o de cafés finos, a Itamaraty resolveu promover uma espécie de retorno às origens para continuar crescendo e voltar a ser importante num ramo tão tradicional. Hoje, com 1,2 mil empregados e quatro fábricas, num mercado altamente recheado de marcas regionais, a empresa é a 16ª torrefação do País, pelo ranking da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).


Em 2006 faturou R$ 150 milhões e, em 2007, espera crescer pelo menos 5% já com base na linha gourmet de cafés especiais e, na seqüência, decolar para percentuais maiores.


“Há dois anos estamos participando com aquisições dos concursos de cafés especiais e hoje a linha representa 5% do negócio café. É um mercado completamente em aberto e pouco explorado, onde há um espaço muito grande para crescer”, justifica José Ângelo Marino, sobrinho dos fundadores e vice-presidente executivo da empresa paranaense.


“No café aprendemos que temos de aproveitar momentos interessantes e este é um deles. Em 2006 o negócio café cresceu 20% na empresa. A gente queria fazer uma coisa diferente e não conseguia. Agora já temos o caminho”, observa.


Os cafés especiais estão sendo comercializados em quatro linhas que entraram no mercado no Natal de 2005: orgânico, gourmet (100% arábico, originário dos leilões em concursos de qualidade, onde a saca pode atingir R$ 5 mil), descafeinado e extra-forte. Neste ano, a empresa vai lançar até maio sua linha de cafés aromatizados e, na seqüência, um produto pioneiro: cafés especiais regionais.


“Essa linha terá blends de cafés certificados do sul de Minas, interior de São Paulo, norte do Paraná e Espírito Santo”, explica o vice-presidente executivo. “Além disso, nós também estamos presentes no mercado de serviços com a locação de máquinas para café expresso com nosso café, chocolate e capuccino”, acrescenta.


Desde 1997 a empresa também fabrica chocolates, a partir da compra de um equipamento da Kraft em Maryland, nos Estados Unidos. Em 2007 a empresa pretende colocar no mercado 1 milhão de ovos de Páscoa. Com os biscoitos, a Itamaraty tem planos de entrar no segmento de barrinhas com recheio de chocolate, goiaba e banana, sem gordura trans.


Nesse segmento a empresa também é forte na exportação, que já representa 10% do faturamento total e começou em 1999. A África do Sul é o principal mercado, com 60% das vendas, mas também mantém bons negócios na América do Sul (14%) e América do Norte (12%). kicker: Em 2006 a empresa faturou R$ 150 milhões e espera crescer pelo menos 5%, já com base na linha gourmet de cafés especiais


 

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