O estoque de passagem de café para a safra 2007/2008 deverá novamente ser baixo, e pode até repetir o volume do período anterior, de aproximadamente 5 milhões de sacas, caso o Brasil mantenha a sua média de exportações e consumo interno até junho. A avaliação é do Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que representa as principais cooperativas do País.
Ainda que o primeiro semestre deste ano seja favorecido pelo saldo da boa safra de 2006, o volume disponível para o segundo semestre estará comprometido, seja pela safra menor que será colhida (em razão da bianualidade da cultura), seja pela demanda do consumo interno, comprometendo os níveis dos estoques, comenta o CNC.
Esse cenário “nos leva a crer que os embarques externos feitos pelo Brasil em 2007 não deverão superar 20 milhões de sacas”, afirma o diretor-executivo do CNC, Silas Brasileiro. O Brasil exportou 25,8 milhões de sacas em 2005 e 27,5 milhões de sacas em 2006.
Brasileiro avalia que os recursos para estocagem têm proporcionado aos produtores oportunidade para vender a produção em condições mais favoráveis, pois chegaram na hora certa e permitiram um bom escoamento da produção. No fim do ano passado, quando a saca de café arábica alcançou o valor de R$ 320, “um grande volume foi comercializado, já que muitos produtores aproveitaram para se capitalizar e antecipar as liquidações de financiamentos de estocagem”.
Em contrapartida, “verificamos, neste momento de baixos preços no mercado, que as vendas estão limitadas ao montante necessário para cumprir as obrigações de curto prazo”, explica Brasileiro.