Último Segundo
Desde novembro estão faltando mudas de café no norte do Espírito Santo, por causa do aumento da demanda ocasionada pela ampliação de lavouras. Segundo Leomar Germano, que trabalha no viveiro clonal de mudas de café conilon da Cooperativa Agrária do Cafeicultor de São Gabriel, em São Gabriel da Palha (ES), não há mudas para pronta entrega.
“Mas é possível fazer encomendas para recebê-las em novembro”, diz.
“Quem não fez compra antecipada não vai poder renovar ou expandir o cafezal.” Em São Gabriel, a capital do café conilon, o milheiro de mudas da espécie é vendido por R$ 360 segundo Germano. Ele conta que nos municípios vizinhos o preço do milheiro chega a R$ 400. “A demanda é grande, quem tem mudas para pronta entrega consegue preço diferenciado.” Em 2006, a cooperativa comercializou 1,4 milhão de mudas, sendo 850 mil no norte do Espírito Santo e o restante em outros Estados, ante 890 mil mudas no ano anterior. Germano diz que a previsão para este ano é de superar o volume de 2006. “Os contratos de venda para entrega até 30 de dezembro já somam 1,85 milhão de mudas”,conta.
Boatos No cerrado mineiro – que engloba 55 municípios produtores de café arábica com a marca Café do Cerrado -, região responsável por 15% da produção nacional de cafés finos, ocorreu uma corrida dos cafeicultores por mudas em novembro e dezembro do ano passado, diante de boatos de que faltariam mudas, explica Wilson José de Oliveira, presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (MG).
No entanto, Oliveira afirma que os viveiristas da região, que ficaram praticamente quatro anos sem vender mudas, seguraram 50% da produção, na expectativa de melhores preços. “Descapitalizados, cafeicultores que pretendiam ampliar as lavouras sumiram; hoje sobram mudas”, afirma, e acrescenta que a opção foi trabalhar no sentido de aumentar a produtividade das lavouras.
A área plantada na região, que durante quatro anos não teve plantios novos, vai aumentar em 10%, de 150 mil hectares para 165 mil hectares