SAFRAS (15) – Por enquanto, o assunto está apenas na fase das conversações e não de pedido ao governo. Porém, os produtores de café continuam discutindo, informalmente, uma forma de renegociarem dívidas da ordem de R$ 107 milhões. Os débitos foram acumulados entre os anos de 2003 e 2006 e em sua maioria estão ligados ao custeio. A maior parte dos representantes do setor evita falar na questão, pela resistência que poderá haver no governo, devido a recuperação da renda que o setor vem obtendo nos últimos dois anos.
Mas ontem na reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café, ligado ao CDPC, realizada no Ministério da Agricultura e Pecuária, a questão fazia parte da pauta do encontro. O presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, garante que ninguém está pedindo nada, só estamos conversando.
Informou que a recuperação dos preços do café nos últimos dez anos, foi de 69% segundo a Fundação Getúlio Vargas, mas os fertilizantes subiram 130% nos últimos quatro anos, sem contar os salários. “A recuperação das cotações do café foi em dólar e não em Real”, lembrou Mesquita.
Na reunião do CDPE foram tratados também os critérios para a alocação dos recursos do Funcafé fixados em R$ 2,026 bilhões para 2007. Conforme o diretor do Departamento do Café do Mapa, Vilmondes Olegário da Silva, a meta é definir de uma só vez a distribuição para as diversas finalidades (custeio, colheita, estocagem) para fazer um contrato único com os bancos. Isso vai agilizar bastante o repasse do dinheiro, porque não serão necessários vários contratos para cada destinação, concluiu. A meta é que o setor defina a destinação dos recursos e apresente o pleito ao Ministério, após o Carnaval. Com isso, o dinheiro do Funcafé poderá ser liberado a partir de abril.