O reconhecimento da União Européia para a origem de procedência do vinho gaúcho produzido no Vale dos Vinhedos abre um amplo espaço para o incremento de embarques para países da Europa. A expectativa foi manifestada pelo diretor executivo da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Jaime Milan, ao destacar que o Programa Setorial Integrado (PSI) é a mola propulsora para a conquista de novos mercados.
“O reconhecimento de Indicação Geográfica para o vinho do Vale dos Vinhedos é a terceira alcançada pelo Brasil. Duas são do Rio Grande do Sul que também tem a carne do pampa. O terceiro produto já reconhecido é o café do cerrado”, disse Milan. Ele salienta ainda que outros três trabalhos na área do vinho estão em andamento e também os doces artesanais de Pelotas buscam o mesmo reconhecimento de origem. O que significa agregar maior valor aos produtos que são amplamente aceitos no âmbito do mercado doméstico.
Para Jaime Milan o mercado interno é o principal foco das empresas que integram o Programa Setorial Integrado (PSI) das quais sete são integrantes da Aprovale. O mercado de exportação, entretanto, vem recebendo da entidade e também do Ibravin, especial atenção principalmente para três áreas geográficas: Estados Unidos, onde o segmento identificou que é preciso investir em canais de distribuição e no marketing do vinho, a Ásia, notadamente, a China e o Japão e a União Européia, onde a Indicação de Procedência que passará a fazer parte dos rótulos dos vinhos gaúchos embarcados para aquele mercado conferirá um novo status ao produto. Jaime Milan assinala que a Europa tem uma política muito forte de proteção ao produto interno.
Os consumidores europeus terão, a partir desta nova realidade, condições de saber a procedência e que se trata de produto de qualidade elaborado no Vale dos Vinhedos, uma área geográfica de 81,23 quilômetros quadrados entre os paralelos 29º09’ e 29º15’ Sul e os meridianos 51º30’ e 51°38’ Oeste de Greenwich e que engloba os municípios de Monte Belo do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves.
O diretor da Aprovale acredita que, além da Alemanha e da Inglaterra, que são mercados importantes, também a França, Suíça, Itália e República Tcheca terão prioridades como mercados para a colocação do produto gaúcho. A Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Vitivinícola da Serra, em parceria com o Ibravin, a Universidade de Caxias do Sul e a Fundação Universidade Caxias do Sul (FUCS) apóia, mediante o repasse de recursos, a elaboração do Estudo do Mercado Consumidor do Vinho, Uvas e Derivados e na capacitação e consultoria técnica de produtores e técnicos em vitivinicultura.