Cerca de 200 convidados acompanharam a entrega do diploma de sócio honorário
do Conselho Nacional do Café (CNC) ao economista Ricardo Conceição, que por 42
anos atuou no Banco do Brasil e aposentou-se em dezembro último, quando ocupava
o cargo de vice-presidente de Agronegócios e Governo. A homenagem
aconteceu em 26 de janeiro no auditório da matriz da Cooxupé, em Guaxupé, e foi
prestigiada por lideranças da cafeicultura, deputados federais e estaduais,
autoridades municipais, além de integrantes do setor cooperativista e produtores
associados à Cooxupé, conhecida como a maior cooperativa de café do mundo.
Coube ao anfitrião, presidente Carlos Paulino da Costa, saudar o homenageado,
ressaltando que a Cooxupé sempre encontrou profissionalismo, sensatez e
agilidade nas decisões apontadas por Ricardo Conceição: “trabalhamos juntos,
Cooxupé e Banco do Brasil, para o fortalecimento do setor cafeeiro.
Reconhecemos que sua experiência só trará benefícios ao CNC”, afirmou. Os
deputados federais Carlos Melles (PFL-MG) e Geraldo Thadeu (PPS-MG) lembraram
que Ricardo Conceição fez escola e transmitiu ensinamentos que devem ser
respeitados.
O deputado federal Odair Cunha (PT-MG) sintetizou a homenagem com o provérbio
popular “quem não vive para servir, não serve para viver”, por considerar
Ricardo Conceição vocacionado ao serviço público. O idealismo do
homenageado foi lembrado por Silas Brasileiro, que acaba de assumir a diretoria
executiva do CNC, cargo antes ocupado por Alberto Duque Portugal, também
presente à homenagem. Portugal passou a integrar a equipe do governador Aécio
Neves, como secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Paulo Piau, eleito deputado federal nas últimas eleições pelo PFL,
parabenizou a iniciativa do CNC em reconhecer o trabalho do economista Ricardo
Conceição. O deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PSC-MG) concordou,
ressaltando: “nós, políticos, erramos menos quando temos a capacidade de ouvir
lideranças experientes, como é o caso de Ricardo Conceição”.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB) falou da gratidão do setor cooperativista ao trabalho efetuado
pelo homenageado à frente do agronegócio no Banco do Brasil. “Não podemos abrir
mão de sua experiência, por isso passamos a contar com seus ensinamentos no
CNC”, finalizou. O cargo antes ocupado por Ricardo Conceição passa a ser
do gaúcho Derci Alcântara, que há quatro anos integrava a equipe do homenageado
e, na Cooxupé, disse estar disposto a ouvir as reivindicações do setor cafeeiro.
CAMPANHA PARA REDUZIR JUROS
O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, aproveitou o fato de a homenagem a
Ricardo Conceição reunir tantas lideranças para sugerir o início de uma campanha
para a redução de juros do crédito agrícola em nosso país: “não se trata de um
despropósito, mas de tornar viável um setor que gera renda e favorece a balança
comercial brasileira”, salientou. O secretário Alberto Portugal complementou que
a redução dos juros diminui a inflação e, assim, o café poderá adquirir fundos e
recursos para uma mudança positiva na agricultura brasileira. “Na busca por
soluções para o desenvolvimento agrícola em nosso país, precisamos do CNC”,
afirmou.
O CNC se fortalece ao trazer, à sua equipe, um homem que conhece tão a fundo
as necessidades dos produtores rurais como Ricardo Conceição, foi o que
ressaltou o presidente da entidade, Maurício Miarelli, ao prestar a homenagem ao
ex-diretor de agronegócios do BB. “Ricardo Conceição vai somar qualidade ao
trabalho que já estamos desenvolvendo”, ressaltou Miarelli, ao dizer que o setor
cafeeiro não permite que Conceição se desligue do agronegócio brasileiro.
“Desligar-me do agronegócio? Não pretendo. Só quando morrer!”, afirmou o
homenageado, satisfeito por ter o seu trabalho reconhecido. Na Cooxupé,
contou à imprensa que o cafeicultor já aprendeu uma sábia lição de casa: que é
preciso produzir com qualidade. “Ele não pode se esquecer de outra lição: evitar
correr riscos, pois um setor em risco afasta qualquer órgão financiador”,
explicou Conceição. De volta a Brasília, levou na bagagem o diploma de sócio
honorário do CNC: “este título vai ocupar um lugar de destaque no meu
currículo”.
Silvia Elena do Carmo Marques – MTb 17.809