Estagiários de seis estados brasileiros participam de Dia de Campo

26 de janeiro de 2007 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: 25/01/2007 14:01:07 - Agro Agenda

Estudantes dos cursos de Agronomia, Zootecnia e Biologia dos estados do Piauí, Bahia, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Distrito Federal participaram nesta quarta-feira (24/01) do Dia de Campo da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O grupo está realizando estágio de um mês na Unidade e teve oportunidade de conhecer alguns experimentos desenvolvidos na área de fruticultura, de café, nos Programas de Melhoramento de Soja e de Desenvolvimento Sustentável da fase de Cria na Região do Cerrado (Prodecria), além do viveiro.


A chefe substituta de Comunicação e Negócios, Evie dos Santos de Sousa, na abertura do Dia de Campo, ressaltou a importância do estágio na formação acadêmica e sua influência para a decisão profissional dos estudantes.


A estudante do sétimo período de Biologia da Universidade Estadual de Goiás, Aline Gonçalves de Siqueira é um exemplo de como um estágio pode definir o futuro. Depois de concluir o curso, ela deverá seguir a carreira acadêmica. Pretende fazer Mestrado e concurso para se tornar pesquisadora da Embrapa. Sua área de interesse é a ambiental. Estagiando na Entomologia, Cátia Pereira Bonfim também pretende se dedicar à pesquisa, principalmente em fitopatologia. Aluna de Agronomia da Universidade Estadual do Piauí, ela está satisfeita com o estágio. “São novos aprendizados. É muito aproveitoso quando se visualiza na prática o que aprendemos. Vou tentar voltar e fazer um estágio mais longo, de pelo menos seis meses”, disse.


Pesquisas


Nos experimentos de soja, os estudantes receberam informações sobre o processo de multiplicação de sementes e de seleção para o lançamento de novas variedades. O técnico agrícola Éder José Oliveira explicou os critérios de seleção das melhores linhagens (arquitetura da planta, porte, número de vagens e tamanho de grãos, entre outros itens) e testes realizados em campo. Cerca de 80% dos experimentos são com soja transgênica e com materiais resistentes ao fusarium, nematóide de cisto e percevejo. O grande desafio atualmente é lançar uma variedade de soja resistente à ferrugem.


As pesquisas realizadas na área de fruticultura foram apresentadas pelos técnicos José Neto e João Alves Pereira. No local há experimentos com manga, coco, abacate, acerola, graviola, maracujá, abacaxi e dendê. José Neto destacou o lançamento pela Unidade de cinco variedades de manga. A última variedade, lançada no ano passado, foi resultado de 20 anos de pesquisa.


O experimento mais novo na área de fruticultura é do dendê. As sementes pré-germinadas de dendê vieram da Embrapa Amazônia Ocidental. As mudas foram produzidas no final de 2005 e, em fevereiro de 2006, instalado o experimento. São 143 plantas, de seis variedades, que estão sendo cultivadas nas condições do cerrado. O dendê é dentre as oleaginosas, a de melhor produtividade, podendo atingir até oito toneladas de óleo por hectare/ano. Para o cultivo no cerrado é necessário que seja feita irrigação, o que aumenta o custo de produção. Para minimizar esse custo é possível nos primeiros quatro anos de cultivo (período que o dendê leva para começar a produzir) associar outras culturas, como milho safrinha e abacaxi.


No experimento de café, os estudantes observaram o desenvolvimento do cafeeiro em diferentes sistemas de irrigação. O que garante maior qualidade é o que utiliza a tecnologia do estresse hídrico, pois permite uma florada uniforme e maior facilidade de colheita. À medida que se diminui o número de floradas, o produtor pode colher mecanicamente o café. Antes de utilizar a tecnologia, os produtores do oeste da Bahia realizavam cinco operações no processo de colheita. Com o estresse hídrico, em que o cafeeiro deixa de ser irrigado no período de seca (junho a setembro), é possível se obter uma economia de 35% nos custos de água e energia e de até 40% no custo total de produção. O pesquisador Omar Cruz ressaltou que a adoção da tecnologia do estresse hídrico garante redução de custo de produção, aumento da produtividade e melhoria de qualidade.


O Dia de Campo foi encerrado com uma visita ao rebanho da Embrapa Cerrados, da marca BRGN Nelore. O agrônomo Luiz Jung explicou que no experimento de 48 hectares se avalia a qualidade da pastagem, o desempenho do gado e a integração lavoura-pecuária. Na área são testados sistemas de renovação de pastagem, com espécies diferentes de forrageiras, e o plantio consorciado entre soja e braquiária. Os experimentos feitos nos projetos do Prodecria têm comprovado que a integração lavoura-pecuária é uma alternativa economicamente viável para reverter o problema da degradação das pastagens e possibilitar uma produção agropecuária sustentável.


Fonte: Embrapa Cerrados / Liliane Castelões

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