Economia
O déficit comercial que o Brasil acumulava com a Espanha em meados da década de 1990 não preocupa mais. Desde 2001 o País tem ampliado as remessas para aquela nação européia, fechando o ano passado com um saldo positivo de US$ 892 milhões, ou US$ 52 milhões a mais que em 2005. Embora tenha aumentado de volume, a pauta de exportação brasileira não mudou ao longo dos anos; continuou baseada nas commodities, com destaque para grãos (soja e café) e minério de ferro.
Outra mudança significativa ocorrida na relação bilateral a partir da década passada foi o crescimento substancial dos investimentos diretos feitos por empresas espanholas no País. Em 2006, entre janeiro e novembro, os recursos injetados por essas empresas somaram US$ 1,326 bilhão, de acordo com os dados do Banco Central. Houve um crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2005.
“Até 1996, o investimento espanhol no Brasil era insignificante. Nos anos seguintes, com as privatizações, o País tornou-se destino das aplicações espanholas. Em 2001, a Espanha ocupou o segundo lugar no ranking das nações com maior estoque de investimentos no Brasil. Com o tempo, perdeu posições, mas os negócios continuam significativos”, diz o presidente da Câmara de Comércio Espanhola no Brasil, Ramón Sánchez Díez.
Entre janeiro e novembro de 2006, conforme dados do Banco Central, a Espanha ocupou o quarto lugar entre os maiores investidores estrangeiros no Brasil, depois de EUA, Países Baixos e Ilhas Cayman.
Os negócios espanhóis no mercado brasileiro estão concentrados principalmente no setor de serviços, e são realizados por gigantes, como Banco Santander, Telefónica, Endesa, Iberdrola, Repsol, Gás Natural e Mapfre. De acordo com estimativas do governo do país europeu, em 2005 as empresas do setor químico de lá investiram 303 milhões de euros no Brasil, as do setor setor bancário e serviços financeiros aplicaram 302 milhões de euros e as de seguros e previdência privada, 92 milhões de euros. Ainda, 61 milhões de euros vieram para produção e distribuição de energia elétrica, e 19 milhões de euros, para captação e distribuição de água, entre outros investimentos.
Produtos:
Outros milhões espanhóis desembarcam continuamente no Brasil em forma de azeite de oliva (virgem e refinado). Em 2006, as importações brasileiras desse produto somaram US$ 31,1 milhões. Nos últimos quatro anos, as compras de azeite espanhol cresceram 94% segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
O Brasil está entre os principais compradores do produto, ao lado de Austrália, Estados Unidos, Japão e França. Grandes produtoras de azeite também marcam presença no País, entre elas, a Carbonell, Musa e Ybarra.
A Espanha é a líder mundial em exportações de azeite: média de 250 mil toneladas por ano vendidos a vários países, segundo a Associação Espanhola da Indústria e Comércio Exportador de Azeite de Oliva (Asoliva).
Vendas:
Itens da pauta de exportação brasileira para a Espanha também se destacam. O principal é o milho. Em 2005, as exportações do grão foram de US$ 6,5 milhões. Em 2006, chegaram a US$ 92,6 milhões. O crescimento expressivo foi resultado da boa safra, colhida mais cedo no ano passado, e do aumento da área cultivada, em substituição às lavVendas – Itens da pauta de exportação brasileira para a Espanha também se destacam. O principal é o milho. Em 2005, as exportações do grão foram de US$ 6,5 milhões. Em 2006, chegaram a US$ 92,6 milhões. O crescimento expressivo foi resultado da boa safra, colhida mais cedo no ano passado, e do aumento da área cultivada, em substituição às lavouras de soja, principalmente no Paraná.
Fonte: Diário do Comércio