Caruso e Metrópolis unem forças

Duas marcas – uma com 90 anos, outra dos anos 90 – se uniram para fortalecer sua participação no segmento de alimentação de Curitiba. Agora sob a coordenação de Victor Lassen, do café Metrópolis, as empadas Caruso vão figurar em cinco novos pontos-de-venda (antes eram apenas dois): quatro quiosques em shoppings e uma loja de rua, no Batel, que deve ser inaugurada no ano que vem. O investimento de R$ 500 mil envolve ainda a reformulação das lojas já existentes. Lassen havia comprado a marca Caruso há três anos, mas o acordo foi transformado em sociedade depois que a rede se capitalizou com o sucesso de vendas no ParkShopping Barigüi. Apesar da direção conjunta, cada rede vai manter o próprio nome, para preservar a autenticidade da confeitaria, fundada em 1954.

A receita da empada de massa folhada está com os Caruso desde a década de 20, quando o neto de italianos Enrico Caruso aprendeu a fazer a massa leve com confeiteiros e abriu uma mercearia em Curitiba. Os anos de glória foram as décadas de 60 e 70, quando essas lojas concentravam a venda de gêneros alimentícios na cidade e a Caruso detinha o diferencial da empada, na época bem mais apimentada.

Alguns altos e baixos jogaram um pouco de poeira sobre o negócio, que só descobriria todo seu potencial em 2002. “O melhor cenário que traçamos para a franquia do ParkShopping era faturar R$ 50 mil no primeiro mês. Faturamos R$ 92 mil”, lembra Guilherme Caruso Nascimento, que coordena a nova fase da rede ao lado de Lassen. A experiência deu fôlego – e capital – para vôos mais altos. “Não vamos voltar ao passado, mas quero ver a empresa crescer”, diz o herdeiro, que espera mais que dobrar as vendas de empada até o ano que vem.

O quiosque que servirá de laboratório do novo modelo de lojas, no shopping Crystal (de onde a rede retirou sua loja há alguns meses, assim como do shopping Curitiba) será tocado por Sylvana Caruso, neta de Enrico e mãe de Guilherme. As outras aberturas, previstas para até 2008, serão oferecidas a franqueadores para abertura nos shoppings Mueller, Estação e Palladium. “Tem café demais na cidade”, explica Lassen em relação a opção por quiosques da empada, que custam menos do que lojas grandes e não têm tanta concorrência.

“Eles têm marca forte e um excelente produto”, destaca Lassen, amigo da família e freqüentador do Caruso desde que chegou a Curitiba, vindo do mercado publicitário de São Paulo. “Eu vejo a marca com um grande potencial. Queremos abrir lojas em outros estados, como Santa Catarina e São Paulo.”

Por enquanto, a Caruso tem presença tímida na cidade, com um ponto na Rua Visconde do Rio Branco e outro franqueado no ParkShopping Barigüi – a franqueadora comanda também o café Metrópolis, na outra metade do ponto. Mas o produto, carro-chefe das lojas, conquistou o título de melhor salgado da capital em quatro edições da Veja Curitiba.

A sociedade permitirá a Victor Lassen vender seu café especial da marca Villa Brasil nos quiosques do Caruso. Por sua vez, ele encomendou quiches e folhados da confeitaria, que venderá sem a marca.

Helena Carnieri