Eles não são equipamentos imprescindíveis dentro de casa. Pelo contrário, são até considerados supérfluos, mas tornaram-se sensação entre os consumidores de eletrodomésticos.
Por oferecer comodidade e um toque de requinte, produtos como máquina de pão, de café expresso e adegas elétricas de vinhos viraram os novos xodós para um nicho de consumidores. As principais redes com lojas no Estado e especialistas em comércio constataram aumento na procura por essas novidades. Enquanto a venda de produtos tradicionais como geladeira e televisor se mantém estável, as “engenhocas” da vida moderna cada vez mais despertam interesse.
Na Colombo, a maior rede de loja de eletrodomésticos do Rio Grande do Sul, as vendas de produtos não-tradicionais dispararam. As máquinas de fazer pão, por exemplo, tiveram incremento de 400% nas vendas em 2006 na comparação com 2005. Na Manlec, os negócios do produto triplicaram.
– Há dois anos havia somente uma máquina importada que custava cerca de R$ 500. Agora temos duas marcas nacionais e é possível comprar por bem menos – conta Arnildo Heimerdinger, diretor de vendas da Colombo.
Nas adegas elétricas de vinho, o equipamento climatizador é uma coqueluche entre apreciadores da bebida.
– Elas (as adegas) estão com um crescimento nas vendas muito grande. É um produto em franca expansão, que deixou de ser exclusividade da elite – diz Antônio Garavello, diretor regional da Ponto Frio.
Para Luiz Alberto Marinho, especialista em marketing do varejo, a eleição de novos xodós é uma tendência de consumo natural:
– As pessoas estarão sempre buscando produtos novos. Não é pela máquina. É por novas experiências. É para chamar os amigos para tomar um vinho, por exemplo.
Máquina de fazer pão virou motivo de disputa familiar
Incentivada por uma amiga, há quatro meses a dona de casa Vera Lúcia Ramos dos Santos, de Porto Alegre, resolveu comprar uma máquina de fazer pão. Até então, não considerava o equipamento necessário. Mas, como já tinha tudo para dentro de casa, optou por testar a novidade. Está encantada:
– É uma maravilha. Estou gostando muito. A gente coloca tudo ali e depois o pão sai quentinho.
Gostou tanto da aquisição que carregou o equipamento para praia. Na casa, em Xangri-Lá, tem sempre pão novinho. E o que era supérfluo virou motivo de disputa familiar. Uma das filhas quer levar a máquina de volta para Porto Alegre.
– Minha filha não quer ficar sem o pão de centeio dela. Fazer o que, né? – comenta Vera.
( mauro.graeff@zerohora.com.br ) |