As preocupações em relação à safra brasileira de café 2007/2008, que será colhida ano que vem, voltaram com força no mercado internacional e promoveram altas nos preços ao longo do mês de novembro, através especialmente da Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque, que baliza as cotações da commodity no mundo. No Brasil, os preços subiram ainda mais, diante da postura defensiva dos produtores, que esperam que as cotações avancem mais e alcancem os R$ 300,00 por saca – patamar psicológico importante – ainda antes do final do ano. E isso realmente está bem próximo de acontecer.
Na Bolsa de NY crescem as apreensões quanto à próxima safra e o mercado mundial está atento às estimativas para a produção do Brasil 2007/2008. A Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) deverá divulgar seu primeiro levantamento para esta safra no dia 15 de dezembro, trazendo uma idéia ao mercado.
O que se sabe é que a safra do ano que vem será bem menor que a deste ano devido ao ciclo bianual da cultura. Afora o estresse de carga de uma grande safra neste ano, a próxima safra deve sofrer com o clima desfavorável em muitas regiões. Faltaram chuvas em momentos importantes, fez frio quando não deveria, e as floradas mostram agora muita irregularidade. Resta saber de quanto será a perda para a próxima safra, e o mercado internacional já especula e apresenta preços mais altos diante de um natural aperto na oferta na próxima temporada.
O balanço do mês na Bolsa de Nova Iorque mostra que o contrato dezembro em NY fechou o último dia de negócios do mês de outubro (31) em 108,25 centavos de dólar por libra-peso e fechou no dia 30 de novembro a 119,70 cents, com uma alta no período, portanto, de 10,6%.
No mercado físico, entretanto, os preços avançaram muito mais no mesmo comparativo. O dólar teve pouco a ver com isso, fechando a R$ 2,16 no último dia de novembro, contra R$ 2,14 do fim de outubro. O que trouxe mesmo uma reação maior nos preços no Brasil foi a postura do produtor, que conta com financiamentos amplos de colheita e estocagem do governo e pode segurar o café à espera de altas mais significativas. A meta natural, psicológica, é de R$ 300,00 a saca. Neste patamar o produtor pode se animar a vender um pouco mais de café. E observando o mercado internacional, não precisa uma análise mais profunda para ver que ainda há boa sustentação nos temores de que o Brasil vá colher uma safra mesmo muito modesta ano que vem.
No balanço do mercado físico, as cotações do café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais fecharam outubro a R$ 243,00 a saca e chegaram ao dia 30 de novembro em R$ 282,00, com alta de 16% no período.
(LC)