28/11/2006 05:11:23 –
O comércio da cultura e da diversão continua sendo um bom negócio. Tanto que os livros e as revistas ainda são os principais destaques das megalivrarias. Mas as redes começam a dar destaque para computadores, aparelhos de som, de televisão, iPods, MP3, CDs e DVDs. O cliente pode folhear as obras degustando um café ou ouvir o lançamento do artista predileto.
Para oferecer tudo isso, é preciso espaço. Os megapontos-de-venda não páram de crescer. A concorrência é acirrada. As grandes marcas inauguram lojas com altos investimentos, com o máximo de conforto para fidelizar o consumidor – principalmente da região sul da cidade. É uma verdadeira “dança das livrarias”: a Fnac e a Saraiva vão disputar os clientes do Morumbi Shopping; no Market Place, a Livraria Cultura abre as portas e a Nobel foi embora – deve apostar em outros mercados.
A Fnac abriu a primeira loja em shopping center em São Paulo, recentemente, no Morumbi. São sete unidades no Brasil. Com quase 4 mil metros quadrados e um investimento de R$ 25 milhões, o diretor-geral da empresa no Brasil, Pierre Courty, não teme a concorrência estabelecida na região. “A Fnac apresenta um conceito diferente – temos tecnologia, eventos culturais e ofertas que não são encontrados em nenhum outro lugar. Quem mora na região poderá agora conhecer a rede, já que os demais pontos-de-venda da Fnac ficam na Avenida Paulista e no bairro de Pinheiros.”
Segundo ele, a empresa procurou um “espaço bom” em um shopping por sete anos. “A Fnac é uma das lojas-âncora do Morumbi Shopping, o maior da região. O público que freqüenta o local é o mesmo que se interessa pelo diferencial encontrado no ponto-de-venda.” Courty afirma que a expansão das megalojas vai continuar no Brasil – “neste momento estão sendo estudados entre cinco a dez projetos. São planos de longo prazo, que dependem de espaço”.
Cada loja da Fnac no mundo tem um padrinho. Na Europa, David Bowie e Paul McCartney já ocuparam o cargo. Na recém-inaugurada unidade do Morumbi, serão o escritor Ruy Castro, os cantores Paulinho da Viola e Daniela Mercury, além da empresária Constanza Pascolato.
Dança das livrarias – Já a Livraria Cultura abriu, em junho, a unidade no Shopping Market Place – local em que a Nobel fechou as portas. De acordo com o diretor da rede da Livraria Cultura, Sérgio Hertz, a empresa só se instala em shopping se a unidade for “loja-âncora”. “A loja, por si só, não atrai os consumidores. O público que freqüenta o local está de olho também no mix de lojas. É uma operação conjunta”, diz.
Os planos de expansão da Cultura não estão limitados ao shopping. As quatro lojas da Avenida Paulista serão unificadas e ocuparão o lugar do antigo Cine Astor. “O espaço será muito maior e será possível vender também CDs e DVDs”, reforça.
Além disso, outra loja será inaugurada no segundo semestre de 2007, com aproximadamente 3 mil metros quadrados. E, em 2008, será a vez da loja no Shopping Pompéia – já em construção.
Uns entram, outros saem – “Depois de oito anos, a livraria Nobel não está mais no Shopping Market Place, em razão da concorrência acirrada. A direção do empreendimento tinha interesse em fazer modificações. Vamos apostar na unidade que fica no Center 3 e na rede de franqueados. A chegada da Fnac na região pesou na decisão”, afirma o gerente de expansão de franquias da Nobel, Eduardo Pires.