AGRÍCOLA CERTIFICAÇÃO
Produtores aprovam iniciativa
Há um ano, a Fazenda Dona Idalva, em Romaria, no Triângulo Mineiro, recebeu o selo café do Cerrado, que estabelece normas de boas práticas agrícolas, responsabilidades social e ambiental, além de rastreabilidade. “O selo comprova que o café tem origem no cerrado e atesta sua qualidade”, diz o proprietário Helder Bovi. A Chácara Cláudia, de Monte Carmelo (MG), também tem o selo café do Cerrado. “O futuro é esse; procuramos nos adequar às exigências”, afirma Edson Correia, da parte administrativa da chácara. “Quem não for certificado sairá do mercado.”
Bovi acredita que para se adequar ao Programa de cafés Sustentáveis do Brasil muito pouca coisa precisará ser mudada na fazenda, até porque seu café tem boa pontuação, pelas normas do café do Cerrado: 70% do café da fazenda fica entre 70 e 80 pontos e 25% acima de 80 pontos. Segundo Bovi, por ter pontuação maior, o selo do café do Cerrado facilita o cumprimento das exigências de outros programas, como o da Abic, que classifica como especiais os cafés acima de 75 pontos.
Correia, da Chácara Cláudia, considera interessante fazer parte do novo programa. “Cria um forte elo entre o produtor e o consumidor”, diz. Para tornar-se apto ao Programa de cafés Sustentáveis do Brasil, Bovi acredita que basta deixar a fazenda sustentável e trabalhar para manter a qualidade, principalmente na colheita. “O café deve ser colhido no pano. Não pode ter contato com o chão e a secagem deve ser feita naturalmente, em terreiro pavimentado, tendo o cuidado de mexer os grãos de hora em hora”, explica. “Já temos esses cuidados e atendemos às normas de sustentabilidade”, diz ele, que acredita que falta o entrosamento da produção com as normas industriais de boas práticas de fabricação, para que o café tenha total rastreabilidade.