História do Café Herança negra em Itu e Paraty

14/11/2006 05:11:19 –

14 de novembro de 2006 | Sem comentários Especiais Mais Café
Por: O Estado de São Paulo

No aniversário da morte de Zumbi, um giro por cidades onde escravos deixaram suas marcas Camila Anauate

Paulistanos terão um feriado prolongado a mais neste ano: o Dia da Consciência Negra. Pela primeira vez desde que foi criada pela Prefeitura, em 2004, a data cai em dia útil – uma segunda-feira (20), para emendar com o fim de semana.

O Rio e outras 223 cidades pelo País também instituíram por lei o feriado, segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A maioria fica em São Paulo, mas é em Alagoas que a data é mais especial.

O dia 20 de novembro é aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida em 1695, na Serra da Barriga, Alagoas. Zumbi era o líder do Quilombo dos Palmares, que chegou a ter 20 mil pessoas. Para quem pretende esticar o fim de semana, selecionamos dicas de viagem para dois destinos, em São Paulo e no Rio, onde escravos deixaram traços de sua história e cultura.

Os turistas podem voltar ao século 18 nas fazendas de café de Itu, a cem quilômetros da capital paulista. Na Fazenda Capoava (0–11-4023-0903; www.fazendacapoava.com.br), os chalés foram construídos na antiga senzala e preservam paredes, janelas e tetos originais. No dia 20, a atração para os hóspedes será a trilha Vala dos Escravos, um passeio até o curso dágua artificial construído pelos negros para fazer funcionar uma máquina de café.

O pacote de três noites (17 a 20) custa R$ 1.390 para o casal, com pensão completa. Na Fazenda Cana Verde (0–11-4023-1260; www.fazendacanaverde.com.br), de 1881, o turista ainda pode visitar uma plantação de café e conhecer o ambiente onde os escravos viviam.

Com pensão completa, o pacote sai por R$ 660 para dois. Paraty, a 256 quilômetros do Rio, tem ruas e calçadas de pedra construídas pelos negros. A cidade era rota para exportação do ouro e do café e tem atrações como um quilombo. Para seguir os passos dos negros, a boa é encarar a trilha de 2 quilômetros pela antiga Estrada Real, que ligava Rio, São Paulo e Minas no ciclo do ouro. Os escravos colocaram pedras ao longo de toda a rota.

O passeio dentro do Sítio Histórico-Ecológico Caminho do Ouro pode ser feito sem guias, de quarta-feira a domingo, das 9 às 17 horas. O mapa da trilha custa R$ 10. Informações: (0–24) 3371-1575. No centro histórico, vale visitar a Igreja Santa Rita dos Pardos Libertos, o cartão-postal da cidade. Era o templo dos mulatos, onde funciona hoje o Museu de Arte Sacra (0–24-3371- 1620). Entrada a R$ 2.

Antes de voltar para casa, visite a Comunidade Quilombola Campinho da Independência (www.quilombocampinho.org), na saída de Paraty. Criada em 1850 por três ex-escravas, preserva até hoje a identidade cultural dos negros. Aproveite para comprar artesanato, uma importante fonte de renda da comunidade.

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